Uso excessivo de cannabis pode causar problemas na memória

Um novo estudo da Universidade do Colorado mostra que o uso excessivo de cannabis pode causar problemas na memória de trabalho, que ajuda a raciocinar, tomar decisões e até mesmo controlar o nosso comportamento. O grupo analisou 1.003 jovens adultos e comparou o uso recreativo da maconha com mudanças no cérebro durante tarefas cognitivas.

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Esse uso excessivo de cannabis foi associado a níveis mais baixos de ativação cerebral durante as tarefas. As áreas do cérebro onde a atividade era menor que o normal incluíam o córtex pré-frontal dorsolateral, o córtex pré-frontal dorsomedial e a ínsula anterior, associadas à tomada de decisões, foco e processamento de emoções.

E não é por acaso: são áreas do cérebro que também têm uma alta densidade de receptores CB1, alvos do composto tetrahidrocanabinol (THC) na cannabis. A sensibilidade desses receptores diminui em pessoas que costumam usar excessivamente.

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O estudo também destaca que o uso recente de cannabis foi associado a um desempenho mais baixo e menor ativação cerebral nas tarefas de memória de trabalho e motoras. “Nenhuma outra tarefa foi associada ao histórico de uso pesado, uso recente ou diagnóstico de dependência”, apontam os pesquisadores.

Outra informação apresentada pelos autores é que não houve uma associação de um diagnóstico de dependência com a função cerebral, ou seja: fatores associados ao diagnóstico, como consequências sociais e legais, podem não estar relacionados aos resultados da função cerebral no uso de cannabis.

A pesquisa foi publicada no JAMA Network Open.

Cannabis e cérebro

Estudos já mostraram que a cannabis na adolescência pode atrapalhar o desenvolvimento do cérebro, com direito a sinais de redução da espessura dos córtices pré-frontais esquerdo e direito do cérebro. 

Outro ponto de alerta é que o uso de cannabis na juventude aumenta chance de psicose no futuro. Por outro lado, não há apenas malefícios no que diz respeito a essa relação cannabis-cérebro, já que a erva também pode ser uma aliada no combate à depressão.

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