Esboço de Leonardo da Vinci revela passagens secretas subterrâneas em Milão

Pesquisadores comprovaram a existência de uma rede de túneis “secretos” e passagens quase esquecidas pelo tempo no Castello Sforzesco, em Milão, na Itália. O curioso é que esses corredores lendários foram esboçados em desenhos do pintor renascentista Leonardo da Vinci, mas faltavam, até agora, evidências de que eram todos reais. 

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A revelação das passagens secretas subterrâneas foi viabilizada pelo trabalho de cientistas da Universidade Politécnica de Milão (PoliMi), que utilizou radar de penetração no solo (GPR) e scanners a laser para mapear as estruturas subterrâneas do castelo. As imagens captadas mostraram cavidades e corredores escondidos a pelo menos um metro da superfície.

Com a nova pesquisa, “o objetivo é criar um gêmeo digital do Castello Sforzesco, um modelo digital que não apenas mostre a aparência atual, mas que nos permita explorar o passado, revelando estruturas antigas que não são mais visíveis“, afirma Franco Guzzetti, professor da PoliMi e um dos responsáveis pelo estudo, em nota.

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A partir dos “caminhos desconhecidos”, a expectativa é conseguir reconstruir todas essas passagens secretas que fazem parte da história de Milão. Com o uso de modelos 3D, os mapas altamente detalhados poderão tornar as visitas locais mais interessantes, ainda mais quando se considera que alguns desses túneis são inacessíveis no momento. 

Leonardo da Vinci e esboços do castelo em Milão

Para entender a importância da nova descoberta, o Castello Sforzesco começou a ser construído em 1358, mas foi destruído cerca de um século depois, durante um período de instabilidade política. Em 1450, Francesco Sforza, quando era duque de Milão, organizou a reconstrução a partir das ruínas. Após sua morte, o filho Ludovico (outro Sforza) assumiu o ducado e concluiu as obras.

Para restaurar o castelo em Milão, Ludovico contratou os maiores artistas da época, incluindo o arquiteto Donato Bramante e o pintor Bernardino Zenale, além do já mencionado Leonardo da Vinci. Hoje, os afrescos de Leonardo ainda podem ser vistos na Sala delle Asse, pintados por volta do ano de 1498.

Função das passagens secretas

Muito além das pinturas, Leonardo também se envolveu e se interessou pela arquitetura do castelo. Assim, o mestre da renascença registrou, em seus esboços, as passagens subterrâneas construídas para fins militares (ou amorosos) sob a muralha externa do castelo. Passados mais de 500 anos, elas permanecem quase que completamente secretas. 

Pelo menos um desses corredores teria sido usado pelo duque Ludovico para visitar o túmulo de sua esposa, Beatrice d’Este, na Basílica de Santa Maria delle Grazie. Isso apenas reforça os múltiplos usos dessas estruturas.

Vale observar que os avanços tecnológicos não só ajudam a revelar segredos arquitetônicos do passado, como esses corredores do castelo, mas também contribuem para o estudo da vida de Leonardo da Vinci. Em outra pesquisa recente, cientistas analisaram o DNA do pintor e rastrearam 14 parentes vivos.

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