TSMC se prepara para inaugurar processo de 1nm; como isso impactará a indústria?

A TSMC, maior fabricante de chips do mundo, está se preparando para dar um salto tecnológico significativo com a inauguração de seu processo de fabricação de semicondutores em 1nm. Esse avanço será um marco importante na indústria de tecnologia e deve aumentar ainda mais a vantagem competitiva que a taiwanesa já possui em relação a concorrentes como Intel Foundry e Samsung.

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Com investimentos estimados em mais de US$ 32 bilhões, os planos incluem a construção de uma nova fábrica dedicada exclusivamente à produção em 1nm na região de Tainan, em Taiwan. A nova unidade, que deve entrar em operação até 2030, terá capacidade para abrigar seis linhas de produção de wafers de 12 polegadas.

O domínio da fabricação em 1nm permitirá à TSMC produzir chips com desempenho e eficiência energética muito superiores aos atuais, além de possibilitar a integração de trilhões de transistores em um único componente. Isso abrirá caminho para avanços em áreas como inteligência artificial, computação de alto desempenho (HPC) e dispositivos móveis de próxima geração.


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Quando a TSMC vai inaugurar processo de 1nm?

A TSMC se tornou dominante no setor de fundição de semicondutores através de investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento, além de parcerias estratégicas com clientes como Apple, Nvidia e AMD. Nos últimos anos, a empresa conseguiu manter-se à frente da concorrência ao ser pioneira na introdução de novos nós de fabricação, como 7nm, 5nm e 3nm.

Nova fábrica da TSMC fabricará wafers de 12 polegadas com processo de 1nm e 1,4nm (Imagem: Reprodução/TSMC)

Agora, a companhia se prepara para inaugurar seu processo de 1nm até 2030. Para isso, está construindo uma nova fábrica em Taiwan. Chamada internamente de “Fab 25”, ela será dedicada exclusivamente à produção nesse nó.

Paralelamente, a companhia segue expandindo suas linhas de produção de 2nm e 1,4nm. Ela já iniciou a construção de fábricas para o nó de 2nm em Hsinchu e Kaohsiung, também no país asiático. Quanto ao processo de 1,4nm, a TSMC planeja usar as três primeiras linhas da nova fábrica em Tainan para sua produção, antes de dedicar as outras três linhas ao nó de 1nm.

Semicondutores de 1nm terão “trilhões de transistores”

A TSMC pretende embutir “trilhões de transistores” nos chips produzidos em 1nm através do uso de múltiplos chiplets empilhados em 3D. Essa abordagem permitirá integrar um número muito maior de transistores em comparação aos chips monolíticos tradicionais.

Na prática, isso se traduzirá em chips com desempenho e eficiência energética até agora inigualáveis. Para os usuários finais, os benefícios incluirão dispositivos móveis com maior autonomia de bateria, computadores mais rápidos e sistemas de inteligência artificial mais poderosos. Além disso, essa densidade absurda de transistores viabilizará novas aplicações em áreas como computação quântica e neuromórfica.

Apesar dos planos bem delineados, a TSMC enfrentará alguns desafios até 2030 para tornar a produção em 1nm uma realidade. Um dos principais obstáculos será o desenvolvimento de equipamentos de litografia capazes de atingir essa escala nanométrica. A empresa também precisará lidar com questões de cadeia de fornecedores e custos extremamente elevados associados à nova tecnologia.

Nova “Fab 25” deve seguir os moldes da “Fab 18” de altíssima tecnologia em Taiwan (Imagem: Reprodução/TSMC)

Além disso, conforme os transistores se aproximam do limite físico atômico, problemas como efeitos quânticos e dissipação de calor se tornam mais latentes. A TSMC terá que desenvolver soluções inovadoras para superar essas limitações e garantir que os chips em 1nm sejam economicamente viáveis e confiáveis em larga escala.

Como chips de 1nm vão revolucionar indústria

A estreia do processo de 1nm deve consolidar ainda mais a liderança da TSMC e ampliar sua vantagem tecnológica sobre a concorrência. Rivais como Intel e Samsung terão ainda mais dificuldades para acompanhar esse ritmo de inovação, o que pode resultar em uma concentração ainda maior do mercado de fundição de chips avançados nas mãos da taiwanesa.

A nível industrial, os chips de 1nm prometem impulsionar avanços em diversas áreas. Eles serão cruciais para o desenvolvimento de supercomputadores mais potentes, aceleradores de IA com capacidades ainda mais robustas e dispositivos móveis com autonomia e desempenho muito superiores aos vistos atualmente. Setores como automotivo, aeroespacial e de defesa também devem se beneficiar enormemente dessa nova geração de semicondutores.

Contudo, a dominância crescente da TSMC pode se tornar um problema para empresas que dependem de semicondutores avançados. A concentração da produção em uma única empresa traz riscos geopolíticos e de cadeia de suprimentos. Além disso, a companhia poderá ditar preços e condições para seus clientes com ainda mais força, levando governos e grandes empresas de tecnologia a buscarem alternativas para reduzirem a dependência da fabricante taiwanesa no longo prazo.

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