DC confirma personagem no espectro autista e que tratou-o de forma “insensível”

Embora a diversidade e a representatividade tenham aumentado bastante nos quadrinhos, ainda há muito a ser feito para a inclusão dos vários tipos de leitores, incluindo aqueles que se identificam com personagens neurodivergentes. E foi em uma discussão sobre isso que a DC Comics confirmou um vilão como “o único personagem proeminente da DC que já foi explicitamente identificado como autista nos quadrinhos”, deixando claro que a editora está comprometida a ser mais inclusiva.

Na última edição da DC de ?Ask The Question – plataforma online da DC Comics onde os fãs enviam perguntas respondidas pela equipe editorial – uma resposta destacou como a DC ainda tem progresso a fazer na integração oficial e efetiva de personagens autistas em seu universo. 

Black Manta foi revelado como personagem neurodivergente (Imagem: Reprodução/DC Comics)

“Como uma pessoa no espectro do autismo, serei aberto e sincero com você aqui: realmente não há muitos personagens da DC canonicamente identificáveis ​​com autismo. A DC ainda tem muito trabalho a fazer na representação neurodivergente. Abby Holland (esposa do Monstro do Pântano), Alix Harrower (The Bulleteer) e Guy Gardner trabalharam na educação de crianças com necessidades especiais, mas não identificaram neurodivergências”, diz Alex Jaffe, autor que responde pela coluna da DC


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E durante a resposta, a DC Comics também admite que tratou o assunto de maneira bastante inadequada.

Quem é o personagem autista da DC Comics?

Jeff, então continua sua resposta: “Amistad, o jovem filho de Rocket, foi explicitamente identificado como autista na quarta temporada da série animada Justiça Jovem, mas nunca nos quadrinhos. O único personagem proeminente da DC que já foi explicitamente identificado como autista nos quadrinhos foi, na verdade, Black Manta (ou Manta Negra)”.

Como o próprio Jaffe observa, infelizmente, a representação da DC do autismo de Black Manta fica aquém do tratamento atencioso que os fãs esperam. Embora a introdução do autismo de Black Manta pela DC em Aquaman #54, lançado em 2020, tenha sido um dos primeiros esforços para trazer a representação neurodivergente para o universo DC, e louvável a esse respeito, a história foi problemática.

A narrativa dessa edição ligou diretamente o autismo de Black Manta à sua obsessão por Aquaman e seu caminho de vilão, sugerindo, ou pelo menos não refutando, alguma forma de conexão entre autismo e criminalidade. Ainda mais preocupante foi a tentativa de Aquaman de “curar” Black Manta de seu autismo, enquadrando-o como um problema a ser corrigido, em vez de uma parte de quem ele é. Em ambos os casos, essa representação perpetua estereótipos prejudiciais e deturpa a comunidade autista

A trama associou erroneamente o autismo à obsessão de Black Manta pelo Aquaman (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Segundo o próprio Jaffe, a DC perdeu uma oportunidade valiosa de retratar com precisão e heroicamente uma representação complexa e cheia de nuances do autismo em um personagem poderoso. A decisão de tornar Black Manta um membro da comunidade neurodivergente é um ótimo primeiro passo, mas não é o suficiente.

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