Terremotos provocam fuga em massa da ilha grega de Santorini

Centenas de pessoas afluíram em massa a um porto na ilha grega de Santorini nas primeiras horas desta terça-feira (4/2) na esperança de embarcar em uma balsa para um local seguro, em meio a temores de que os recentes abalos sísmicos no popular destino turístico sejam sinais da iminência de uma erupção vulcânica ou de um terremoto maior.

Desde sexta-feira (31/1), centenas de tremores foram registrados entre as ilhas vulcânicas de Santorini e Amorgos, no Mar Egeu, levando moradores e turistas a abandonarem também as ilhas vizinhas de Anafi, Ios e Amorgos — todos populares destinos de férias de verão.

De acordo com o Instituto de Geodinâmica de Atenas, somente nos últimos três dias foram registrados na região cerca de 550 terremotos moderados, com magnitudes entre 3 e 4,9. O cálculo não considera os inúmeros abalos menores.

Na manhã desta terça, terremotos regulares, com intervalos de apenas alguns minutos, continuaram a abalar a ilha. Segundo a agência de notícias dpa, cerca de um terço dos 16 mil moradores de Santorini já deixaram a ilha temporariamente. Voos especiais e balsas adicionais também serão disponibilizados para o embarque de mais pessoas ao longo do dia.

“Não durmo há dias; crianças e mulheres estão chorando; tudo treme a cada cinco minutos”, disse à agência de notícias Reuters um homem que conseguiu deixar Santorini de balsa.

“Tudo está fechado. Ninguém trabalha no momento. A ilha inteira está vazia”, ​​disse Dori, um morador local de 18 anos, antes de embarcar na balsa.

Autoridades alertam sobre deslizamentos e fecham escolas

Como medida de precaução, autoridades enviaram equipes de resgate para Santorini e três ilhas próximas, além de ordenarem o fechamento de escolas.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotaki, pediu que as pessoas se mantivessem calmas e seguissem as instruções das autoridades. As pessoas também foram solicitadas a evitar grandes aglomerações em ambientes fechados e a se manterem fora das áreas costeiras devido ao risco de deslizamentos de terra.

Nos hotéis e nas casas, a orientação foi de esvaziar as piscinas, pois grandes volumes de água podem desestabilizar os edifícios no caso de um grande terremoto.

“Sem motivo para pânico”

Até agora, o terremoto mais forte registrado atingiu uma magnitude de 4,9 na escala Richter na tarde de segunda-feira. “Estamos monitorando a situação de perto, mas, neste estágio, não há motivo para pânico”, disse Efthymios Lekkas, presidente da Organização de Planejamento e Proteção contra Terremotos da Grécia, ao site de notícias grego eKathimerini.

“Embora esses terremotos sejam preocupantes, eles ainda não indicam nenhuma erupção vulcânica iminente ou evento catastrófico”, disse ele.

Já o especialista em sismologia Manolis Skordilis, da Universidade Aristóteles de Tessalônica, chamou a intensa atividade sísmica observada em Santorini de “extremamente séria”, informou a agência grega de notícias Amna. Ele apontou sobretudo para o fato de que terremotos com magnitude superior a sete na escala Richter já desencadearam tsunamis e causaram danos significativos no passado.

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