Dólar quebra sequência de 12 quedas seguidas e sobe para R$ 5,79

Depois de engatar uma sequência de 12 quedas consecutivas, o dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (5/2) em alta, com o mercado repercutindo as medidas do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e também indicadores econômicos domésticos.


O que aconteceu

  • A moeda norte-americana fechou o dia subindo 0,4%, negociada a R$ 5,794.
  • Na véspera, o dólar encerrou a sessão negociado a R$ 5,771, menor patamar desde novembro do ano passado, em queda de 0,76%.
  • Foi a 12ª baixa consecutiva da moeda frente ao real, a maior sequência em 20 anos, interrompida nesta quarta.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,13% em fevereiro e de 6,61% em 2025.

O efeito Trump

Os investidores continuaram monitorando com atenção os desdobramentos das medidas políticas e econômicas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A última novidade com potencial de influenciar o mercado foi o anúncio de que os EUA pretendem assumir o controle da Faixa de Gaza, enclave palestino destruído após a guerra entre Israel e Hamas.

Na semana passada, Trump falou em expulsar palestinos da Faixa de Gaza para outros países da região.

Desde o dia 19 de janeiro, um acordo de cessar-fogo de três fases entrou em vigor entre Israel e Hamas. O futuro da Faixa de Gaza em um possível cenário de paz, no entanto, segue indefinido.

Sem dar maiores detalhes, Trump falou em “ocupação a longo prazo” para levar estabilidade a Gaza após sucessivos conflitos.

“Os EUA vão assumir o controle da Faixa de Gaza, e faremos um trabalho lá também. Seremos responsáveis por desmontar todas as bombas não detonadas e outras armas no local, nivelar a área, remover os edifícios destruídos, criar um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para a população da região”, afirmou Trump.

Guerra comercial

Os mercados continuaram repercutindo nesta quarta-feira o anúncio feito pelo governo chinês de que irá impor tarifas adicionais de 15% sobre a importação de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e maquinário agrícola dos EUA.

Segundo Pequim, as novas tarifas entrarão em vigor na semana que vem.

A medida foi tomada depois de o governo Trump anunciar tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, além de 25% para as importações de Canadá e México.

No caso da decisão envolvendo canadenses e mexicanos, Trump recuou após negociação com o primeiro-ministro Justin Trudeau (Canadá) e a presidente Claudia Sheinbaum (México). As medidas foram adiadas por 1 mês.

Produção industrial

No cenário doméstico, o mercado repercutiu os dados sobre a produção industrial no Brasil, divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro do ano passado, o índice recuou 0,3%, a terceira queda mensal consecutiva. Em relação a dezembro de 2023, houve crescimento de 1,6%, segundo o IBGE.

Com esses resultados, a indústria brasileira fechou o ano passado acumulando uma alta de 3,1%, após variação de 0,1% em 2023. Foi o melhor desempenho anual do setor desde 2021.

Tanto o índice mensal quanto o anual vieram acima das expectativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava queda de 0,5% em dezembro.

Na comparação anual, a projeção era a de um crescimento de 1,1%.

Ibovespa sobe

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações da Bolsa de Valores do Brasil (B3),  operava em alta na reta final do pregão.

Às 17 horas, o índice avançava 0,39%, aos 125,6 mil pontos.

Entre as ações que mais subiram no pregão, o destaque ficou com a Embraer, que disparou mais de 15% após a companhia anunciar que recebeu um pedido da norte-americana Flexjet – especializada em propriedade compartilhada de jatos – para o fornecimento de 182 aeronaves.

No último pregão, o Ibovespa havia fechado em queda de 0,65%, aos 125,1 mil pontos.

Com o resultado,  o indicador acumula perdas de 0,78% no mês e ganhos de 4,04% no ano.

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