Moraes pede explicações à SAP sobre segurança do hacker de Araraquara

São Paulo — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu, na última segunda-feira (3/2), explicações à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) sobre a segurança de Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker de Araraquara, preso no município que lhe dá o apelido, no interior de São Paulo.

Moraes determinou em sua decisão que a SAP encaminhe informações sobre a segurança do detido e se pronuncie sobre a viabilidade de transferência do hacker para a Penitenciária II de Tremembé, presídio onde estão réus envolvidos em casos de grande repercussão.

Ao longo do documento, o ministro citou o argumento da defesa do detido que pediu transferência de unidade prisional, citando “a polarização política” do país:

“A polarização política que temos enfrentado atualmente, enraizada em todos os setores do convívio social, até mesmo núcleos familiares, coloca o hacker de Araraquara, como ficou conhecido, como alvo fácil dentro da prisão”, a alegação ainda cita “sérias e frequentes ameaças” recebidas pelo preso na detenção de Araraquara.

O posicionamento do ministro acolheu uma manifestação da Procuradoria-Geral da República.

Apesar de acolher a manifestação da PGR, o magistrado diz que não há qualquer indicativo atual de riscos à integridade física de Delgatti no presídio em que está.

O ministro deu 10 dias para que a SAP cumpra o pedido.

O Metrópoles procurou a secretaria sobre o assunto, mas ainda não obteve retorno até o momento desta publicação. Espaço segue em aberto.


Pedido de transferência

  • A defesa solicitou a transferência de Delgatti para Tremembé no início de janeiro deste ano.
  • Ariovaldo Moreira, advogado do investigado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluir documentos falsos junto ao Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), argumenta que a escolha pelo presídio se dá em decorrência da segurança do estabelecimento, que abriga presos de processos de grande repercussão.
  • “A escolha deste estabelecimento se justifica por abrigar detentos de casos de maior repercussão, no que se encaixa o perfil do acusado. Assim, presume-se melhor preparada para preservar a integridade do custodiado, no período em que permanecer recolhido”, argumenta a defesa.
  • Estão detidos em Tremembé, por exemplo, o ex-jogador de futebol Robinho e Cristian Cravinhos, condenado pelo homicídio do casal Von Richthofen.

 

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