Saiba por que algumas pessoas têm “fugido” de relacionamentos sérios

O amor costuma ter um significado diferente para cada pessoa: pode ser sobre parceria, sexo, gestos de atenção e cumplicidade. Mesmo com todo esse “pacote” envolvido, tudo indica que o amor romântico e os relacionamentos estão em crise.

Na tentativa de entender se de fato os relacionamentos passam por uma baixa, a Pouca Vergonha conversou com a terapeuta integrativa Clara Rodrigues. Para ela, as pessoas não estão se comprometendo menos em relacionamentos, mas se comprometendo menos consigo mesmas.

“Vivemos em uma era de gratificações instantâneas, em que a dopamina gerada por curtidas, mensagens e interações nas redes sociais cria um ciclo viciante de busca por validação externa. Esse vício nos condiciona a querer respostas rápidas para tudo, inclusive nos relacionamentos”, aponta a especialista.

Clara ressalta que namorar pode parecer difícil no mundo atual, porém, na verdade, os desafios sempre existiram. O que mudou foi a forma como nos relacionamos e as expectativas criadas em torno disso.

“A chave está em encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento pessoal e a disposição para construir uma relação real, com todos os seus altos e baixos. Se você acredita no amor e se mantém disponível para ele, as chances de encontrar alguém especial aumentam”, reforça.

Mas se você se vê constantemente se perguntando: “por que eu não consigo arrumar um namorado(a)?”, você não está sozinha.

Embora não exista a resposta certa, ou a chave para essa questão, aqui vão alguns pontos:

Redes sociais

Clara salienta que a “crise” de relacionamento também pode ter relação com as redes sociais. “O excesso de comparação com vidas idealizadas na internet gera insatisfação crônica. Muitas pessoas acreditam que seu relacionamento nunca será tão ‘perfeito’ quanto aqueles que veem on-line”, diz.

Isso, segundo a terapeuta, as torna menos propensas a investir no processo natural de construção de vínculos, que exige paciência, comprometimento e amadurecimento.

No entanto, nem tudo está perdido: as redes sociais faz com que muitas pessoas busquem evolução pessoal e, com isso, elevam seu nível de exigência. “Elas não querem qualquer relação, querem conexões profundas, alinhadas com seus valores. O desafio é equilibrar essa busca sem cair na crença de que ninguém estará à altura, pois essa mentalidade pode levar à solidão não desejada.”

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O sexo é um dos pilares para uma vida saudável, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)

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Aplicativos de relacionamento

O amor não “morreu, só está um pouco mais difícil encontrar alguém. Entre 2015 e 2021, os aplicativos de relacionamento tiveram um boom e aumentaram a possibilidade de muitas pessoas encontrarem uma parceria, mas agora, segundo pesquisas recentes, o engajamento nesses apps está diminuindo.

“Isso ocorre porque, apesar de facilitarem o encontro entre pessoas, esses aplicativos não garantem conexões profundas e duradouras. Muitos usuários relatam frustração com o ‘efeito catálogo’. Nele, a abundância de opções leva à superficialidade e à dificuldade de escolher um parceiro de fato”, ressalta Clara.

A terapeuta destaca que a lógica dos aplicativos estimula a “descartabilidade”: se algo não agrada, basta deslizar para o próximo. “Esse comportamento pode desvalorizar os relacionamentos reais e reforçar a ideia de que sempre haverá algo ‘melhor’ disponível”, explica.

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Incentivo aos relacionamentos

Agora, se você acha que os relacionamentos em crise são uma “invenção” ou exagero, o governo do Japão (quarta maior economia do mundo) tem investido em iniciativas para incentivar relacionamentos e casamentos entre jovens, pois a taxa de natalidade do país está em declínio acelerado.

E esse fenômeno não ocorre apenas no Japão. Em vários países desenvolvidos, os jovens estão adiando relacionamentos sérios, casamento e filhos por diferentes razões: como pressão financeira, mudança cultural, tecnologia, isolamento social e exaustão emocional.

Diante desse cenário, governos como o japonês passaram a investir em políticas de incentivo ao namoro, como eventos com finalidade de formar casais, subsídios para os pombinhos que decidirem subir ao altar e até aplicativos patrocinados pelo Estado.

“A ideia é tornar os relacionamentos mais acessíveis e desejáveis, não apenas do ponto de vista emocional, como também econômico e social”, destaca Clara.

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