Trump se movimenta para cumprir ameaças contra a Faixa de Gaza

Apesar de afirmar que a ideia de a Faixa de Gaza ser ocupada e reconstruída pelos Estados Unidos foi discutida internamente por membros de seu governo, a ameaça de Donald Trump em relação ao enclave palestino pegou o mundo de surpresa. Contudo, o presidente norte-americano já se movimenta para tentar transformar palavra em ação.


Planos de Trump para Gaza

  • Ao assumir seu segundo mandato como presidente dos EUA, Trump reafirmou o apoio incondicional do país para Israel.
  • Sobre a Faixa de Gaza, o presidente norte-americano sugeriu expulsar os palestinos de seu próprio território, e enviá-los para alguns países do Oriente Médio.
  • Segundo Trump, a Faixa de Gaza não é “um lugar seguro para se viver”.

Depois de receber Benjamin Netanyahu nos EUA, o rei da Jordânia, Abdullah II, será o segundo líder internacional a visitar Trump após a posse presidencial de 20 de janeiro. O encontro, segundo a mídia estatal jordaniana, acontecerá na próxima terça-feira (11/2).

Até o momento, os temas que serão debatidos entre Trump e Abdullah II ainda não se tornaram públicos. O encontro, contudo, vai acontecer em meio a declarações do presidente dos EUA sobre retirar palestinos de Gaza e enviá-los para países do Oriente Médio, como a Jordânia.

Trump falou em expulsar a população do enclave palestino no último dia 25 de janeiro, após conversar com o rei da Jordânia por telefone. Segundo o presidente dos EUA, o líder do reino foi questionado sobre o assunto durante o contato. Além disso, o norte-americano afirmou que o Egito poderia ser um outro destino para os palestinos.

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Guerra Israel e Hamas
Pessoas voltam para suas casas em meio à destruição de Gaza pós-cessar-fogo
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Palestinos fugindo da guerra na Faixa de Gaza

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Guerra Israel e Hamas

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Pessoas voltam para suas casas em meio à destruição de Gaza pós-cessar-fogo

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Reação

Logo após a ameaça de Trump, a ideia do norte-americano foi rejeitada por uma série de países árabes, que emitiram uma declaração conjunta contra as declarações do presidente dos EUA. O documento foi assinado pelas chancelarias da Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar e Egito.

No último 27 de janeiro, o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, afirmou que o deslocamento forçado de palestinos da Faixa de Gaza seria uma “injustiça” da qual ele não pode participar.

Já o rei da Jordânia, Abdullah II, rejeitou “qualquer tentativa de anexar terras e deslocar palestinos” após encontro com o presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas, na quarta-feira (5/2).

Além de Abbas, a agenda do rei jordaniano incluiu conversas com autoridades do Kwait, Egito, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e o secretário-geral da ONU. A questão da Faixa de Gaza foi assunto comum em todas os contatos, segundo o governo da Jordânia.

Casa Branca volta atrás

Apesar da movimentação de Trump, a Casa Branca voltou atrás e negou as falas do presidente dos EUA após a repercussão internacional negativa.

Durante entrevista coletiva, a porta-voz Karoline Leavitt informou que Trump trabalha com um cenário de “realocação temporária” dos palestinos, e negou que tropas norte-americanas serão enviadas para o enclave. 

Leavitt também desmentiu as falar do presidente republicano sobre a reconstrução de Gaza, e negou que os EUA vão arcar com os custos do processo.

 

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