O que se pode aprender com campanhas que viralizaram?

Quando o assunto são campanhas que viralizam, o que se pode aprender é que qualquer movimentação de uma marca que possui o objetivo de engajar a audiência, precisa tocar no coração, de forma que seja quase intuitivo querer comentar e compartilhar um conteúdo.

Diante disso, André Carvalho, CEO e fundador da agência Tempus Inova, elenca algumas lições de marketing de campanhas que viralizaram.

A simplicidade revoluciona

Nem sempre é preciso jogar uma chuva de confetes no público-alvo e a campanha “Share a Coke” é uma prova disso. Substituir o logotipo da Coca-Cola por nomes foi uma ideia simples, mas com um impacto profundo.

Era pessoal, direto e ressoava com cada pessoa que encontrava o nome na garrafa.

Outra campanha que exemplifica isso é o “Thank You Mom”, da P&G, que homenageava mães de atletas olímpicos. Sem excessos, a mensagem valorizava o cotidiano. A lição aqui é clara: a simplicidade, quando bem aplicada, pode ser revolucionária.

Vender propósito

Campanhas que viralizam não vendem apenas produtos, vendem histórias. O “Real Beauty Sketches”, da Dove, por exemplo, exaltava a beleza real das mulheres e conectava a marca a sentimentos profundos de autoestima e identidade.

Marcas que apostam na emoção como pilar central da narrativa conseguem criar algo que vai além da compra – criam pertencimento.

Isso ultrapassa a relação com o consumidor de uma compra pontual para a fidelização. Como dizia o grande Guimarães Rosa, “o que a vida quer da gente é coragem”. Nesse contexto, a coragem de uma marca está em criar empatia.

Não perder o “momento certo”

Uma campanha que viraliza está profundamente conectada ao momento em que é lançada, levando em consideração o que está acontecendo naquele instante. A Nike demonstrou isso com “Believe in Something”, protagonizada por Colin Kaepernick, em um período crucial de discussões sobre racismo e justiça social.

Foco nas pessoas

Dentre todas as tendências, a grande lição das campanhas virais é que o foco deve estar nas pessoas, não no produto. Quando marcas se colocam como agentes de transformação, criando histórias humanas e autênticas, elas transcendem o papel de vendedoras e se tornam símbolos de uma revolução.

O consumidor quer sorrir!

No marketing contemporâneo, a seriedade excessiva já não cabe mais, especialmente ao considerar a nova geração de consumidores.

O humor irreverente da campanha do Old Spice Man mostra como criar proximidade de forma bem-humorada, mas com sensibilidade. Outro caso indiscútivel de sucesso levando em consideração o bom-humor são os comerciais da Red Bull.

O slogan “Red Bull te dá asas” sempre vem acompanhado de uma metáfora, seja sobre uma pessoa que consegue se deslocar muito rápido de um lugar para o outro ou sobre uma tartaruga que ganha velocidade com o uso dos produtos.

De qualquer maneira, a mensagem é tão impactante que os consumidores leem a frase com o mesmo tom de voz das propagandas.

Como diria Rubem Alves, “há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.”

No marketing, o mesmo ocorre: há marcas que aprisionam e outras que fazem como a Red Bull e escolhem voar. Essa decisão pode determinar como o consumidor enxerga a mensagem: mais uma propaganda ou uma comunicação que será marcada pela vida inteira.

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