Israel segue EUA e se retira do Conselho de Direitos Humanos da ONU

 

O governo de Israel anunciou, na manhã desta quinta-feira (6), sua saída do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão segue a medida adotada pelos Estados Unidos, que deixaram o Conselho na terça-feira (4). A saída foi formalizada em uma carta enviada pelo ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, ao presidente do CDH, Jürg Lauber.

Na mensagem, Sa’ar justificou a decisão alegando um “viés institucional” contra Israel e afirmou que o Conselho se tornou uma “plataforma política” usada para “atacar e deslegitimar” o país.

O ministro destacou que mais de 100 resoluções condenatórias contra Israel já foram aprovadas, representando, segundo ele, 20% de todas as resoluções do Conselho. “Esse número supera o total de resoluções contra Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela combinados”, escreveu Sa’ar.

Ele também criticou o Item 7 da agenda do CDH, que, segundo ele, trata exclusivamente de Israel, enquanto outras questões globais de direitos humanos são discutidas de forma conjunta.

“Essa discriminação institucionalizada contra Israel está enraizada no infame Item 7 da agenda do CDH. Essa agenda é única. Enquanto todas as outras questões relacionadas a direitos humanos ao redor do mundo são debatidas juntas sob um mesmo item, o Item 7 trata exclusivamente de um único país: Israel”, afirmou.

Além disso, Sa’ar condenou a atuação da Comissão de Inquérito Permanente sobre Israel, descrevendo-a como uma entidade com um mandato “projetado para existir perpetuamente, sem qualquer mecanismo de supervisão”.

“Desde o massacre de 7 de outubro, o Conselho tem utilizado suas plataformas para espalhar desinformação contra Israel”, escreveu o ministro.

Ele afirmou que o órgão contribui para a “polarização do conflito e para a desestabilização da região”.

“Ao demonizar sistematicamente o único país democrático do Oriente Médio, o Conselho fortalece o terrorismo e seus patrocinadores estatais. Há muito tempo abandonou qualquer intenção de promover a paz, a segurança e os direitos humanos e, em vez disso, contribui diariamente para a polarização do conflito e para a desestabilização da região”, acrescentou.

Discurso na ONU

O representante permanente de Israel nas Nações Unidas, Daniel Meron, reiterou a decisão durante discurso em Genebra, afirmando que o Conselho falhou com Israel ao não condenar os ataques do Hamas de 7 de outubro. Segundo Meron, o órgão ignorou “assassinatos em massa, a violência sexual contra israelenses e a tomada de reféns”.

Ele também criticou a Comissão de Inquérito e o mandato do Relator Especial sobre o conflito, classificando-os como “sem precedentes”. Segundo o diplomata, alguns integrantes da comissão promovem “estereótipos antissemitas”.

Ele ainda cita a relatora Francesca Albanese, afirmando que ela “consistentemente minimiza e justifica o terrorismo, chamando ataques terroristas de ‘resistência’ e distorce o Holocausto ao comparar o único Estado judeu do mundo ao Terceiro Reich”.

Meron finalizou dizendo que Israel continua comprometido com os direitos humanos e seguirá “engajado por meio de mecanismos credíveis e não politizados” dentro da ONU. “Trabalhamos com a ONU onde ela não é tendenciosa”, afirmou.

Fonte: Poder360

 

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