Oposição critica Lula por declaração sobre trocar alimentos caros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (6/2), que a população brasileira precisa passar por um “processo educacional” para aprender a evitar preços altos no supermercado, optando por produtos similares. A declaração do petista não repercutiu bem nas redes sociais, o que gerou críticas da oposição.


Entenda o caso

  • O governo federal está estudando medidas para baratear o preço dos alimentos, que afetam intensamente o bolso do cidadão comum.
  • Presidente Lula sugeriu que a população troque os alimentos com preços mais altos por produtos mais baratos.
  • Ministério da Fazenda espera uma “supersafra” em 2025 e que a queda do dólar ajudem no recuo dos preços dos alimentos.

“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver a consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, porque, senão, vai estragar”, disse o presidente em entrevista a rádios da Bahia.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), destacou que o cenário inflacionário permanece “adverso”. Na ata da reunião de terça-feira (4/2), o colegiado enfatizou que os preços dos alimentos tiveram um aumento significativo, influenciado, em especial, pela seca e pela alta no valor das carnes.

Críticas da oposição

Diante do cenário, o senador Sergio Moro (União-PR), ex-ministro da Justiça da gestão de Jair Bolsonaro (PL), criticou a sugestão de Lula do consumidor trocar os alimentos desejados por produtos similares para fugir da alta dos preços.

“Para Lula, a população, para combater a inflação, não deve comprar o produto se estiver caro. Já quando os gastos são do Lula, o céu é o limite”, escreveu o senador na rede social X.

O deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura de Bolsonaro, comparou a declaração do petista com a compra de tapetes para os palácios do Planalto e da Alvorada que tiveram um custo de R$ 71,3 mil, segundo o edital de licitação.

“Comida barata para você, tapete de cem mil reais para mim. A democracinha linda demais!”, destacou o deputado.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) demonstrou interesse em realizar uma nova pesquisa de intenção de votos depois da declaração do petista, mas enfatizou a necessidade de colocar Jair Bolsonaro como potencial candidato.

“Alguém pode rodar uma pesquisa após este vídeo, pf? Mas não ‘esqueça’ de botar Jair Bolsonaro, porque ele será o próximo Presidente do Brasil!”, indagou o senador.

O ex-presidente foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, por isso, não poderá concorrer às eleições de 2026 para tentar retornar ao Palácio do Planalto.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, ironizou a declaração de Lula. “Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Se a gasolina está cara, é só ficar em casa. Nada de cortar gastos nos ministérios, colocar pessoas competentes nas estatais ou gerenciar melhor a economia. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar que os preços caem.”

O presidente Lula tem se reunido com a equipe econômica e também com os ministérios ligados à produção de alimentos em busca de maneiras de reduzir o preço dos produtos. A medida seria mais uma forma de alavancar a popularidade do petista, que registrou uma queda nos últimos dias.

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