Bolsonaristas usam nova rede para forçar embate entre Moraes e Trump

Lideranças bolsonaristas iniciaram uma migração para a rede social “Truth”, que pertence ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ideia do grupo conservador é aproveitar a falta de regulação interna dessa plataforma para provocar Alexandre de Moraes com postagens e, dessa forma, forçar o ministro do STF a acionar o dono da rede: o próprio Trump.

Foragido da Justiça brasileira e com a conta suspensa no X (antigo Twitter), Allan dos Santos fez uma provocação no Truth: “Quero ver me bloquear aqui”, escreveu nesta terça-feira (4/2).

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Na quarta, o deputado Eduardo Bolsonaro abriu seu perfil na rede social de Donald Trump. O parlamentar chegou a avisar aos seguidores que estaria na outra plataforma “postando em inglês e português”. Na sua primeira postagem, o congressista avisou que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também abriu um perfil.

A conta do ex-mandatário foi aberta um dia antes, na terça-feira (4/2). Na sua primeira postagem, Bolsonaro afirmou que a rede social “preza pela liberdade, tão valorizada e escassa em tempos difíceis para o Brasil”.

O ex-presidente, em seguida, fez uma publicação reclamando sobre a decisão de Moraes. O ministro o impediu de viajar aos EUA para acompanhar a posse de Donald Trump.

“Essa decisão é mais um exemplo do contínuo uso de lawfare (ativismo judicial) contra Bolsonaro — o uso sistemático da justiça para neutralizá-lo como adversário político nos tribunais, para não enfrentá-lo nas urnas. Essas ações não têm a ver com justiça ou com a prevenção de risco de fuga. Elas têm a ver com medo”, afirmou a publicação escrita pelo seu gabinete.

O X de Elon Musk chegou a ser suspenso no Brasil por pouco mais de um mês, após problemas com o cumprimento de ordens judiciais do STF e a retirada de um representante legal da empresa no Brasil.

A aposta de bolsonaristas é que a adoção de medida semelhante contra o Truth, pelo fato de a rede ser de Donald Trump, seja inviável do ponto de vista estratégico para os ministros do Supremo.

A rede é vista como um espaço quase que exclusivo para a direita. Quando um novo usuário cria sua conta no Brasil, as primeiras sugestões para “follow” são: Trump, JD Vance (vice dos EUA), Jair Bolsonaro, o deputado republicano Mike Johnson e o CEO da Truth, Devin Nunes.

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