Gordura no fígado: entenda riscos e saiba como tratar a condição

A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, ocorre quando há o acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas, levando à inflamação do órgão.

A condição pode ser desencadeada pelo consumo excessivo de álcool, hepatite viral, diabetes, obesidade, colesterol alto ou uso prolongado de certos medicamentos.

Estima-se que 30% da população tenha esteatose hepática, com metade dos casos evoluindo para quadros mais graves, segundo o Ministério da Saúde.

“Acredito que 70% das pessoas que têm esteatose hepática não sabem que estão doentes. Ficar muito tempo com a inflamação pode se tornar algo crônico e causar cicatrizes no fígado e outros problemas”, explicou o clínico Marcos Pontes, da Clínica Evoluccy, em Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles.

Embora seja normal haver um pequeno percentual de gordura no fígado, o índice não deve ultrapassar 5%. Sem tratamento, a esteatose hepática pode levar a hepatite gordurosa, cirrose e até câncer de fígado.

“Mesmo sem consumir álcool, o paciente com esteatose pode desenvolver cirrose, que é um fator de risco para o hepatocarcinoma, um tipo de câncer hepático. Por isso, é essencial tratar a condição precocemente”, alertou Pontes.

Nos casos mais avançados, o fígado pode aumentar de tamanho e adquirir uma coloração amarelada. Em situações extremas, o paciente pode precisar de um transplante.

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Entre os fatores que podem aumentar o risco do câncer de fígado estão: cirrose hepática, gordura no fígado ou uso de anabolizantes

Os sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, e incluem dor no abdômen, inchaço da barriga, enjoo, perda do apetite e de peso, sem causa aparente, cansaço excessivo e olhos amarelados
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de fígado foi o sexto tipo da doença que mais matou homens no Brasil, em 2020. Entre as mulheres, foi o sétimo
O câncer de fígado costuma ser identificado através de exames como o ultrassom ou tomografia, capazes de detectar um ou mais nódulos na região
O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, a depender do tamanho e da gravidade de cada caso, e as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado precocemente, assim como em qualquer outro tipo de câncer
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Câncer no fígado é uma espécie de tumor maligno e, muitas vezes, bastante agressivo, que se origina nas células que formam o fígado, como hepatócitos, canais biliares ou vasos sanguíneos

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Entre os fatores que podem aumentar o risco do câncer de fígado estão: cirrose hepática, gordura no fígado ou uso de anabolizantes

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Os sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, e incluem dor no abdômen, inchaço da barriga, enjoo, perda do apetite e de peso, sem causa aparente, cansaço excessivo e olhos amarelados

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Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de fígado foi o sexto tipo da doença que mais matou homens no Brasil, em 2020. Entre as mulheres, foi o sétimo

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O câncer de fígado costuma ser identificado através de exames como o ultrassom ou tomografia, capazes de detectar um ou mais nódulos na região

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O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, a depender do tamanho e da gravidade de cada caso, e as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado precocemente, assim como em qualquer outro tipo de câncer

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Segundo o Inca, “quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário), a remoção cirúrgica é o tratamento mais indicado. Assim como no caso dos tumores hepáticos metastáticos, em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa”

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Quando já não é possível alcançar a cura do câncer no fígado, no entanto, o tempo de sobrevida é de aproximadamente 5 anos, mas esse valor pode variar de acordo com o grau de desenvolvimento da doença e outras doenças do paciente

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Gordura no fígado tem tratamento?

De acordo com o Ministério da Saúde, não existe um tratamento específico para esteatose hepática — as abordagens variam conforme a gravidade do quadro e das causas.

A melhor forma de evitar e tratar a condição é por meio de hábitos saudáveis. Em entrevista ao Metrópoles, a endocrinologista Marília Bortolotto, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destacou que a perda de pelo menos 7% do excesso de peso já traz benefícios significativos para o fígado.

“Não existe um medicamento específico para tratar a gordura no fígado. O mais importante é a mudança no estilo de vida”, enfatizou a médica.

A nutróloga Renata Domingues de Nóbrega, de São Paulo, reforçou a importância da prática regular de exercícios aeróbicos e de resistência, que ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e a saúde hepática.

“Pessoas com diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia têm maior risco de desenvolver esteatose hepática. Controlar essas condições com medicamentos e mudanças no estilo de vida é essencial para evitar a progressão da doença”, alertou a nutróloga em entrevista ao Metrópoles.

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