Em evento internacional, presidente do Banco Central comenta sobre replicar Pix a outros países

 

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, falou sobre a ambição de integrar o Pix a sistemas internacionais de pagamento instantâneo. Durante sua participação no evento do Banco de Compensações Internacionais (BIS), na Cidade do México, ele destacou que a integração seria uma ferramenta crucial para otimizar os fluxos de pagamentos entre os países da região.

Em meio ao crescente volume de remessas internacionais e à necessidade de reduzir custos e prazos de liquidação, essa inovação pode representar um salto de competitividade para o Brasil e seus parceiros comerciais.

O Pix, lançado em 2020, já revolucionou o mercado de pagamentos no Brasil. Em apenas três anos, tornou-se uma das soluções de pagamento mais populares, com mais de 700 instituições financeiras aderindo voluntariamente ao sistema. A simplicidade, a segurança e a gratuidade das transações foram os principais atrativos, mas o sucesso não aconteceu sem resistência.

As instituições financeiras tradicionais, que lucravam com taxas de transferência, resistiram à sua implementação, temendo perda de receita. “Esse cenário só foi superado graças à força regulatória do Banco Central, que obrigou grandes players a aderirem ao Pix, e ao contexto da pandemia, que acelerou a adoção de soluções digitais por parte dos consumidores”, disse.

A visão de Galípolo é que a experiência bem-sucedida do Pix pode ser replicada em nível internacional. “O G20 e o Comitê sobre Pagamentos e Infraestruturas de Mercado (CPMI) já identificaram a necessidade de tornar os pagamentos internacionais mais rápidos, baratos e transparentes”, disse.

Segundo ele, a interconexão entre sistemas de pagamento rápido, como o Pix, emerge como um dos caminhos mais promissores para atingir esses objetivos. Entretanto, a implementação de uma rede de pagamentos instantâneos global enfrenta barreiras regulatórias e de governança. Cada país possui suas próprias regras sobre tributação, combate à lavagem de dinheiro e identificação dos beneficiários finais, o que torna desafiadora a harmonização de tais sistemas.

Fonte: VEJA

 

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