Asteroide Bennu pode atingir a Terra em alguns anos. Saiba o impacto

Estudo publicado na revista Science Advances, na última quarta-feira (12/2), aponta os possíveis efeitos da colisão do asteroide Bennu com o planeta terra, incluindo o impacto no clima global e nos ecossistemas e oceânicos.

De acordo com os pesquisadores, o choque, que pode acontecer em 157 anos, deverá causar um inverno global, reduzindo a quantidade de chuvas e resfriando o planeta. Além de outros efeitos, como uma devastação imediata. Estima-se que o impacto injetaria de 100 a 400 milhões de toneladas de poeira na atmosfera. Isso teria repercussões no clima, na química atmosférica e no processo de fotossíntese, com duração de três a quatro anos.


Possível colisão

  • De acordo com o estudo, asteroides de tamanho médio, como Bennu, colidem com a Terra aproximadamente a cada 100.000 a 200.000 anos. A cada seis anos, o asteroide Bennu fica mais próximo da Terra, a cerca de 299 mil quilômetros de distância. Mesmo que baixíssimo, existe um risco de colisão em setembro de 2182.
  • Bennu é considerado um acumulado de detritos, ou seja, um grupo de material rochoso em vez de um objeto sólido. Esse asteroide resulta de um corpo celeste maior que se formou perto do início do Sistema Solar, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
  • O impacto de um objeto do tamanho de Bennu na superfície terrestre geraria uma poderosa onda de choque, terremotos, incêndios florestais e radiação térmica. Também deixaria uma cratera enorme e lançaria grandes quantidades de detritos para cima, segundo os pesquisadores.
  • Se Bennu atingisse um oceano, o impacto desencadearia tsunamis massivos e lançaria grandes quantidades de vapor d’água na atmosfera.

Impacto global

A temperatura média da superfície da Terra também diminuiria 4 graus Celsius e a precipitação média, 15%. Haveria ainda uma redução de até 30% na fotossíntese das plantas e um esgotamento de 32% na camada de ozônio, que protege o planeta contra a radiação ultravioleta solar prejudicial.

“O escurecimento solar devido à poeira causaria um inverno de impacto global abrupto, caracterizado por redução da luz solar, temperaturas frias e diminuição da precipitação na superfície”, explicou Lan Dai, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Física do Clima do IBS, na Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul.

“Nossos resultados mostram que partículas de poeira, com um tempo de permanência na atmosfera de até dois anos, poderiam causar um ‘inverno de impacto’ global por mais de quatro anos após a colisão”, aponta o pesquisador. “O resfriamento abrupto criaria condições climáticas desfavoráveis para o crescimento das plantas, levando a uma redução inicial de 20% a 30% na fotossíntese dos ecossistemas terrestres e marinhos. Isso provavelmente resultaria em grandes perturbações na segurança alimentar global.”

 

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