Eclipse solar total vai transformar o Sol em lente gravitacional

Durante o eclipse solar total do dia 8 de abril, o Sol se transformará momentaneamente em uma lente gravitacional, alterando o formato de algumas estrelas. Esse efeito foi observado pela primeira vez em 1919 no Brasil e na África, comprovando a teoria de Albert Einstein.

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Em 1911, Einstein resgatou a proposta de Isaac Newton, afirmando que a luz seria afetada pela gravidade. Essa ideia, até então descartada pelos cientistas que vieram depois de Newton, agora fazia mais sentido graças à nova teoria da gravitação einsteiniana.

A Teoria da Relatividade Geral demonstrou que a gravidade é, na verdade, uma distorção do espaço-tempo causada pela massa dos objetos. Isso mudou completamente a percepção sobre o universo e explicou coisas confusas como a órbita de Mercúrio.


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Contudo, uma teoria tão revolucionária exigiria comprovação observacional, o que ocorreu inúmeras vezes nas décadas seguintes. Uma das primeiras delas ocorreu em 1919, durante um eclipse total observado no Brasil, na cidade de Sobral, Ceará.

Chapa fotográfica do eclipse em Sobral, comprovando a distorção da luz teorizada por Einstein (Foto: Museu do Eclipse)

O experimento é simples: primeiro, é preciso esperar o eclipse escurecer o céu, praticamente transformando o dia em noite, permitindo que algumas estrelas se tornem visíveis. Se Einstein estivesse certo, algumas delas estariam “deformadas”.

A massa do Sol é cerca de 330.000 vezes maior que a da Terra, o suficiente para criar um forte campo gravitacional ao seu redor. Na relatividade geral, isso significa uma distorção considerável no espaço-tempo.

Embora a luz viaje em linha reta, ela deve obedecer a topografia do espaço-tempo — semelhante a um carro obedecendo as curvas de uma estrada. Para um observador na Terra, o resultado é uma imagem ampliada da estrela, daí o nome de lente gravitacional.

O Sol distorce o espaço-tempo ao seu redor, criando uma lente gravitacional (os objetos estão fora de escala) (Imagem: Reprodução/NASA)

Durante o eclipse de 8 de abril, algumas estrelas bem alinhadas com o Sol e a Terra — mas não o suficiente para não serem ocultadas pelo disco solar — serão visíveis e terão uma aparência sutilmente diferente daquela observada durante a noite.

Os observadores em geral não perceberão os efeitos da lente gravitacional nessas estrelas, e até mesmo os astrônomos devem medir antecipadamente as posições e brilho das estrelas durante as noites antes do eclipse.

Mesmo sem os instrumentos para fazer as medições, é empolgante observar os eclipses, fenômeno incrível por si só, sabendo que eles ajudaram a consagrar Einstein como o maior gênio da ciência contemporânea.

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