Corrida espacial: qual país vai construir uma base lunar primeiro?

Foi em 1972 que a missão Apollo 17, da NASA, pousou na Lua com aqueles que foram os últimos astronautas em nosso satélite natural. Agora, a agência espacial quer levar novas pessoas para lá — mas, desta vez, a ideia é criar também a infraestrutura necessária para estabelecer a presença humana contínua e sustentável em solo lunar. Entretanto, a China e a Rússia têm objetivos semelhantes. E, afinal, qual país será o primeiro a criar uma base lunar? 

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O programa Artemis é a aposta da NASA para levar novas pessoas à Lua. A missão Artemis I, lançada em 2022, foi um teste de voo não tripulado da espaçonave Órion; já a Artemis II tem lançamento previsto para 2026, e deve levar quatro tripulantes para a órbita lunar. Se tudo correr bem, é a vez da aguardada Artemis III, que promete levar os próximos astronautas à superfície da Lua. 

Durante a Artemis I, a cápsula Orion orbitou a Lua e voltou à Terra (Reprodução/NASA)

Depois, em 2027, a agência espacial planeja lançar sua estação Lunar Gateway e enviar missões à Lua anualmente. Com a ajuda de parceiros internacionais e comerciais, a NASA espera construir uma base lunar e a infraestrutura necessária para seu objetivo de um programa de exploração e desenvolvimento lunar sustentável.


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O problema é que todas as datas que mencionamos acima são diferentes dos planos iniciais da NASA. Na verdade, este cronograma tem adiamentos resultados de uma série de fatores, que incluem atrasos, restrições orçamentárias e problemas com os vários elementos da missão. E, enquanto isso, a China e seus parceiros continuam a todo vapor no plano de criar a International Lunar Research Station (ILRS), uma estação de pesquisa que seria construída na Bacia do Polo-sul Aitken. 

Em 2010, a NASA anunciou a “Moon to Mars”, uma arquitetura de missão que exigia o desenvolvimento do foguete Space Launch System e da espaçonave Orion. Mas foi somente em 2017 que o Programa Artemis foi inaugurado com o ousado objetivo de “criar um programa de exploração e desenvolvimento lunar sustentável”. No momento, o plano inclui a ideia de levar novos astronautas à superfície lunar em 2028 com o apoio das parcerias internacionais dos Acordos Artemis e de outras iniciativas. 

Corrida lunar?

Antes de anunciar o programa Artemis, a NASA já encara atrasos em elementos críticos da missão, como o foguete SLS e a cápsula Órion. “O problema principal com o programa Artemis como um todo foram as projeções de custo ruins, monitoramento inadequado de custos, falta de controle nos contratos e cronogramas otimistas demais, movidos pela necessidade de fingir que você está fazendo bom progresso”, observou Keith Cowing, astrobiólogo e atual editor das publicações NASA Watch e Astrobiology. 

Representação da IRLS, projeto conjunto da Rússia e China (CNSA/Roscosmos)

Apesar de a Rússia também estar nesta “corrida”, sua agência espacial Roscosmos enfrentou mudanças nos planos. Após a invasão na Ucrânia em 2022, a Rússia encerrou sua participação no programa da Estação Espacial Internacional (ISS), e a Agência Espacial Europeia suspendeu a colaboração com a Roscosmos para a missão ExoMars. E, para completar, os lançamentos da agência espacial russa vêm diminuindo a cada ano. 

Por outro lado, a China quer lançar em 2026 seu foguete Long March 10 pela primeira vez, o que sinaliza que continua em um bom ritmo para levar seus taikonautas (nome dado aos astronautas chineses) à Lua na próxima década — mas claro que isso não livra o país de atrasos por aspectos técnicos e outros fatores. E, em paralelo, é importante destacar que a NASA tem a sólida experiência de ter levado seis missões e 12 astronautas à Lua. 

Para Cowing, não é garantido que a China realmente leve seus taikonautas à Lua antes da NASA. Mas é certo que o programa espacial chinês é bastante robusto, e que deve realizar grandes feitos nas próximas décadas na Lua e, por que não, em destinos mais distantes. Resta aguardar. 

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