Em visita ao Caribe, Lula se encontrará com presidente da Guiana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma viagem marcada nesta semana para Georgetown, na Guiana. Durante a visita, o petista se reunirá com o chefe do Executivo guianês, Mohamed Irfaan Ali.

O objetivo do encontro é fortalecer as relações bilaterais. A questão de Essequibo, região alvo de disputa entre a Venezuela e a Guiana, também deve ser discutida.

O presidente irá ao país para participar do fechamento da 46ª Cúpula do Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom). O bloco reúne 20 nações caribenhas, entre elas, 15 países-membro e outros cinco associados. O Brasil não integra o grupo, mas participará como convidado especial.

A Cúpula começa oficialmente neste domingo (25/2) e se encerra na quarta-feira (28/2), data em que o presidente desembarca em Georgetown. Lula fará um discurso no encerramento do evento.

Ao longo dos quatro dias serão realizadas sessões de negócios entre chefes de governo. Em pauta, estão temas como a segurança alimentar, mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável, que também estão sendo discutidos no âmbito do G20. 

Além da reunião com o presidente da Guiana, Lula deve se encontrar com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley. Ativista do clima, Mottley foi eleita com mais de 70% dos votos e é a primeira mulher líder de Barbados desde a independência do país, em 1966.

Volta à Celac

Já na sexta-feira (1º/3), o presidente Lula participa da VIII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas. Uma comitiva de ministros deve acompanhar o petista na viagem.

O Brasil retornou ao grupo em janeiro de 2023, com o início do terceiro governo Lula, após dois anos fora da comunidade, composta por mais 32 países. Esse foi o primeiro movimento do que o governo chama de retomada do protagonismo do país na política externa, uma das prioridades do petista.

“O retorno do Brasil à comunidade latino-americana de Estados é um passo indispensável para a recomposição do nosso patrimônio diplomático e para a plena reinserção do país ao convívio internacional”, disse o Itamaraty, em nota, na ocasião.

Em 2020, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu pela saída da Celac, por não querer aproximação com nações como Cuba e Venezuela, integrantes do bloco.

Venezuela x Guiana

Em novembro do ano passado, houve uma escalada na tensão entre Venezuela e Guiana, que disputam a região de Essequibo, rica em petróleo. Na ocasião, o Brasil se dispôs a mediar o conflito.

A disputa tem origem no século 19. À época, a Guiana era colônia britânica. O território ficou delimitado ao leste do Rio Essequibo, mas expandiu para a porção oeste da área, já parte Capitania Geral da Venezuela (antigo nome).

Poucos dias após o referendo na Venezuela, que decidiu pela anexação do território, Lula recebeu uma ligação do presidente Nicolás Maduro para tratar da situação.

Segundo comunicado oficial divulgado pelo Itamaraty, Lula mostrou preocupação com a questão de Essequibo e ressaltou que medidas unilaterais podem levar a uma escalada na situação.

Em janeiro, o governo brasileiro promoveu um encontro entre os chanceleres da Venezuela, Yván Gil Pinto, e da Guiana, Hugh Todd.

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