As chances de o Rei do Lixo delatar políticos e empresários à PF

Antes muito especulada pelo suposto potencial de implodir lideranças políticas e executivos em Brasília e na Bahia, a delação do empresário José Marcos de Moura está fora de cogitação, pelo menos até o momento. A oportunidade de contar o que sabe em troca de benefícios ainda não foi oferecida pela Polícia Federal nem pelo Ministério Público. E tampouco o empresário, conhecido como Rei do Lixo, demonstra qualquer interesse no acordo.

Segundo interlocutores, a linha jurídica de Marcos Moura envolve apenas a sua própria defesa, sem apontar supostas irregularidades de terceiros. Em uma vitória conquistada por seus advogados, o Rei do Lixo conseguiu deixar a prisão, após decisão da desembargadora Daniela Maranhão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em dezembro.

O Rei do Lixo faz parte da cúpula nacional do União Brasil, partido com a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados e a quinta do Senado. O empresário foi preso e solto no âmbito da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal.

A investigação apura um suposto esquema bilionário de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações, envolvendo superfaturamento de obras e desvios de recursos, conforme apontado pela Controladoria-Geral da União (CGU).

A mesma Operação Overclean prendeu o então vereador eleito de Campo Formoso (BA), Francisquinho Nascimento. Ele é primo do deputado federal Elmar Nascimento, ex-líder do União Brasil na Câmara.

A cúpula do centrão no Distrito Federal continuará observando atentamente os ventos que sopram da Bahia. Como diz o velho ditado, “nada é impossível, Brasília existe”.

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