Trump cumpre promessa e impõe tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio

Washington – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta segunda-feira (10) a aplicação de tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. A decisão já havia sido antecipada na véspera e deve entrar em vigor nos próximos dias. O Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos aos EUA, pode ser um dos mais prejudicados.

Durante declaração no avião presidencial Air Force One, Trump afirmou que as tarifas visam fortalecer a indústria americana. “Nosso aço e alumínio devem permanecer na América. Precisamos revitalizar nossa produção e garantir o futuro da manufatura no país”, declarou.

Impactos para o Brasil e outros países

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço e ferro para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá. Em 2024, os americanos compraram cerca de US$ 4,67 bilhões desses produtos brasileiros, o equivalente a 14,9% do mercado.

Nos Estados Unidos, os principais fornecedores de aço e ferro em 2024 foram:

  • Canadá: 24,2%
  • Brasil: 14,9%
  • México: 10,1%
  • Coreia do Sul: 5,9%
  • Alemanha: 4,6%

Os dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, apontam que os EUA foram destino de 47,9% das exportações brasileiras de aço e ferro em 2024, tornando o mercado americano essencial para as siderúrgicas do país.

Governo brasileiro aguarda definição dos EUA

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que irá aguardar a definição completa da política tarifária dos EUA.

“Vamos aguardar. Da última vez, houve cotas, então precisamos ver os detalhes. Nosso foco é sempre a parceria e a colaboração”, disse Alckmin.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seguiu a mesma linha e evitou comentar a decisão antes da divulgação oficial completa.

Brasil pode buscar novos mercados

Especialistas acreditam que a tarifa imposta pelos EUA pode forçar o Brasil a diversificar seus destinos de exportação, principalmente devido à queda da demanda da China por aço.

O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, destaca que a tarifa impacta não apenas a exportação, mas também o mercado interno. “Mesmo se o Brasil focasse mais na China, não conseguiria compensar as exportações para os EUA, já que a China vem reduzindo sua demanda”, afirmou.

Já a professora de Relações Internacionais do Ibmec-SP, Marcela Franzoni, ressalta que a diversificação de mercados pode levar tempo. “A estrutura produtiva está focada nos EUA. Não há um substituto imediato para esse mercado”, explicou.

Entenda a tarifa sobre o aço e alumínio dos EUA

  • O que aconteceu? Trump anunciou tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio.
  • Quem será impactado? Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul e Alemanha estão entre os mais afetados.
  • Por quê o Brasil é afetado? Os EUA compram quase metade das exportações brasileiras do setor.
  • Há alternativa? Especialistas sugerem diversificação de mercados, mas a China, principal opção, também reduziu a demanda.
  • E o governo brasileiro? Ainda aguarda definição completa para se manifestar.

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