Satélite da NASA mostrou novos anéis de radiação na Terra após tempestade solar

Em 2024, a Terra foi atingida pela tempestade solar mais forte das últimas décadas. Agora, pesquisadores liderados por Xinlin Li, professor na Universidade do Colarado, descobriram que o fenômeno rendeu a formação de anéis de radiação, que foram revelados com a ajuda de um satélite reativado. 

  • Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
  • Tempestade solar foi tão forte que deixou tratores “possuídos”; entenda
  • A tempestade solar extrema acabou. Quando é a próxima?

Foi em maio de 2024 que nosso Sol disparou várias nuvens de partículas eletricamente carregadas, que causaram a tempestade solar mais forte já observada na Terra desde 1989. E, enquanto tudo isso acontecia, o satélite Colorado Inner Radiation Belt Experiment (CIRBE), da NASA, estava “adormecido”. 

Auroras boreais foram flagradas em locais incomuns após a tempestade solar de 2024 (Reprodução/Nicholas Erwin/Flickr/CC BY-NC-ND 2.0)

O satélite foi lançado em abril de 2023 para investigar cinturões de radiação Van Allen ao redor da Terra, mas uma falha técnica fez com que ele pausasse suas operações em abril de 2024. Já em junho, o satélite despertou e flagrou algo interessante: dois novos cinturões de radiação haviam aparecido. 


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Os cinturões de Van Allen têm partículas eletricamente carregadas que se mantêm fixas pelo campo magnético do nosso planeta. Existem dois cinturões permanentes, e o surgimento de novos entre estes é um fenômeno já conhecido; o que surpreendeu os pesquisadores foi a composição e duração destes cinturões. 

Normalmente, os cinturões de radiação duram no máximo um mês, mas não foi o caso daqueles observados pelo CIRBE. Na verdade, o novo anel de elétrons permaneceu por três meses após a tempestade solar — o outro, dominado por prótons, parece estar ativo até agora, e deve ser o resultado da forte tempestade solar ocorrida.

Esses são prótons e elétrons realmente energéticos, que conseguiram encontrar o caminho até o ambiente magnético interno da Terra”, observou David Sibeck, pesquisador do Centro Goddard de Voos Espaciais, da NASA. “Alguns podem ficar ali por muito tempo”, acrescentou.

Em roxo, os novos cinturões de partículas formados após a tempestade solar (Reprodução/NASA/Goddard Space Flight Center/Kristen Perrin)

Estes não foram os únicos efeitos da tempestade solar de 2024. O fenômeno trouxe tanta energia para a atmosfera da Terra que aumentou o arrasto exercido sobre o satélite, reduzindo sua velocidade orbital. No fim, o CIRBE reentrou na atmosfera em outubro. 

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Space Physics.

Leia também:

  • Tempestade solar: além de apagões de rádio, o que pode acontecer? 
  • Tempestade solar extrema pode trazer prejuízos ao mundo moderno

Vídeo: Como ver um eclipse?

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.