Haddad pede cautela sobre medidas de Trump e diz não há o que temer

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (13/2) cautela em torno das medidas sobre tarifas anunciadas nesta semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que não há razões para o Brasil temer, visto que a relação comercial entre os dois países é superavitária para os EUA.

Nesta quinta, Trump citou expressamente o etanol brasileiro e também faz novas ameaças aos Brics. A administração Trump avalia que a aplicação de tarifas sobre o combustível é desigual entre os dois países.

“Eu conversava agora com o vice-presidente Alckmin sobre esse assunto. E nós chegamos à conclusão de que, pela maneira como as coisas estão sendo anunciadas e feitas, o melhor é nós aguardarmos para verificar”, disse Haddad a jornalistas.

Ele disse que o governo brasileiro não vai “a qualquer sinalização” se manifestar, “até porque temos que ver como é que termina essa história”.


Guerra tarifária

  • Com o objetivo de colocar os interesses dos EUA em primeiro lugar, Donald Trump iniciou uma guerra tarifária após iniciar seu segundo mandato como presidente norte-americano.
  • No início da semana, Trump anunciou a taxação de 25% sobre todas as importações norte-americanas de aço e alumínio.
  • A medida atingiu diretamente o Brasil, que é atualmente o terceiro maior exportador de aço para os EUA, mas só entra em vigor em março, o que foi lido pelo governo brasileiro como um espaço para negociação.

Haddad afirmou que a maneira como estão sendo anunciadas é “um pouco confusa ainda” e defendeu aguardar para ter uma ideia do que é concreto.

“Repito, a balança é superavitária para os Estados Unidos, considerados bens e serviços. No caso de bens, ela é equilibrada, praticamente equilibrada. Então não há muita razão, nem para nós temermos. Não há um parceiro que está importando muito do Brasil e exportando pouco, ao contrário. Então vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que vão ser anunciadas”, afirmou.

A área econômica do governo Lula, sobretudo o Ministério do Desenvolvimento, capitaneado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos dois países.

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