Carro que caiu de viaduto: aeroporto deve pagar famílias de vítimas

São Paulo — A Justiça condenou, na última quarta-feira (12/2), a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, administradora do aeroporto internacional localizado em Campinas, no interior de São Paulo, a pagar indenizações às famílias de Maria Érbia Cássia Carnaúba, de 32 anos, e Carolina Blasio da Silva, de 33, mortas após o carro em que estavam cair da altura de 12 metros na área de embarque do aeroporto, no dia 28 de agosto de 2017.

Na decisão, a juíza da 3ª Vara Cível de Campinas, citou uma análise feita por um perito que indicou como possíveis fatores do acidente o fato do guard rail e o conjunto da área ser incompatível com “o objeto esperado para estes dispositivos”.

Segundo ele, a mureta presente no local era composta por uma estrutura de inox com fechamento de vidro, e que “tal estrutura foi feita apenas para garantir segurança dos pedestres, portanto, inadequada para suportar o impacto de um automóvel”.

Além disso, o profissional apontou a ausência de uma sinalização adequada que alertasse os motoristas sobre uma curva acentuada à esquerda na rampa de acesso ao aeroporto, fato que dificultava a visualização da placa de velocidade máxima do local, de 30 km/h.

Para o perito, a falta de sinalização de trânsito adequada e a inadequação da estrutura do guarda corpo da área de desembarque do aeroporto foram “causas determinantes” para o acidente que resultou na morte das vítimas.

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Justiça condenou concessionária do aeroporto ao pagamento destinado às famílias das vítimas

Investigações apontam que motorista perdeu controle em uma curva acentuada no aeroporto
As mulheres morreram instantaneamente.
Uma das vítimas embarcaria em um voo com destino de Juiz de Fora, em MG
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Perito apontou falhas na sinalização e na estrutura de mureta em área de embarque

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Investigações apontam que motorista perdeu controle em uma curva acentuada no aeroporto

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As mulheres morreram instantaneamente.

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Uma das vítimas embarcaria em um voo com destino de Juiz de Fora, em MG

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Após os estudos apresentados, a magistrada decidiu por determinar o pagamento de 2/3 do salário mínimo à filha de Carolina Blasio, de 1 ano na época do ocorrido, até que a menina complete 25 anos.

Além disso, a concessionária do aeroporto foi condenada a pagar R$ 50 mil por danos morais para as famílias de cada vítima.


Defesa de Viracopos

  • À Justiça, a defesa do aeroporto de Viracopos afirmou que a sinalização do local é adequada.
  • Além disso, os advogados apontaram à juíza o inquérito policial, que dizia que a motorista do veículo, Maria Érbia, não utilizava um calçado adequado para dirigir e estava acima da velocidade limite da via.
  • Em nota ao Metrópoles, a concessionária informou que vai recorrer da sentença alegando que a própria decisão indica que “havia incompatibilidade entre a velocidade imprimida pelo veículo e a velocidade máxima permitida na via”.
  • O documento aponta que a motorista do veículo estava a uma velocidade entre 44,3 km/h e 54,2 km/h.

Sobre o caso

Maria Érbia e Carolina Blasio estudavam na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Elas chegaram no aeroporto por volta das 7h20.

Maria dirigia o carro e tinha como objetivo deixar Carolina no local, visto que a amiga embarcaria em um voo com destino para Juiz de Fora, em Minas Gerais, para visitar parentes.

Ao fazer uma curva acentuada, a motorista perdeu o controle do carro e o veículo, que saiu da pista, subiu na calçada e acabou atravessando uma espécie de guard-rail de metal e vidro. Posteriormente, caiu com o teto virado para o chão, “causando a morte instantânea das ocupantes”.

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