Usar repelente com frequência faz mal?

Com o aumento de casos de dengue em todo o país, mais pessoas estão usando repelente como forma de evitar a picada do mosquito Aedes aegypti. Estas fórmulas são seguras, afastam o vetor e não fazem mal à saúde, mas é preciso tomar alguns cuidados na hora de usar. Em excesso, provocam reações alérgicas e outros problemas.

  • Como se proteger da dengue enquanto a vacina não chega?
  • Conheça 3 plantas com capacidade de repelir o mosquito da dengue

Para evitar qualquer problema de saúde relacionado com o uso frequente de repelente de insetos, a regra de ouro é se atentar às orientações da bula. Ali, estão as principais recomendações, incluindo como usar e quem pode passar o repelente contra o mosquito da dengue.

Como escolher o repelente correto?

“Existem diferentes substâncias que podem ser usadas como repelentes. Algumas têm duração maior, algumas podem ser usadas em grávidas, e algumas repelem até carrapatos”, afirma Gislaine Ricci Leonardi, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, para o Canaltech.


Siga o Canaltech no Twitter e seja o primeiro a saber tudo o que acontece no mundo da tecnologia.

No caso específico da dengue, existem três tipos de substâncias que podem repelir o mosquito, com eficácia comprovada:

  • Icaridina;
  • DEET (N-Dietil-m-toluamida);
  • IR3535.

Aqui, é importante lembrar que os repelentes para aplicação na pele, em forma de spray, óleo ou creme, precisam ser obrigatoriamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Estão enquadrados na categoria Cosméticos e podem ser consultados diretamente no site da agência.

Então, “o ideal é adquirir produtos repelentes que estão registrados na Anvisa, pois é esse registro que garante que há eficácia e segurança na sua aplicação”, recomenda Leonardi.

Entre as opções, vale sempre privilegiar as fórmulas dermatologicamente testadas, e aqueles produtos que não contêm parabenos, ftalatos ou álcool na composição.

E as fórmulas naturais?

Para impedir a picada de mosquito, as receitas e as fórmulas naturais são muito compartilhadas nas redes sociais, o que pode envolver óleo de citronela, óleo de cravo, cravo da índia ou ainda óleo de andiroba. No entanto, estes produtos não contam com registro na Anvisa e a eficácia não é garantida.

Atenção com repelente infantil

O uso de repelentes em crianças merece cuidado especial, já que o risco de problemas à saúde, alergias e irritações é maior. De forma geral, o repelente infantil não costuma ser indicado para quem tem menos de 2 anos. Quando há indicação, alguns repelentes com IR3535 podem ser usados em bebês com mais de 6 meses.

Em crianças de 2 a 12 anos, o uso mais recomendado é do repelente com DEET, desde que a sua concentração não seja superior a 10%. A partir dos 13 anos, os repelentes convencionais já podem ser usados. 

“Alguns estudos e pesquisas científicas sugerem que, para as gestantes, os repelentes à base de DEET, os mais vendidos no mercado, são os mais seguros”, afirma Theodoro Habermann Neto, médico dermatologista do Vera Cruz Hospital.

Como usar repelente de mosquito?

O repelente deve ser passado apenas em áreas do corpo potencialmente expostas ao mosquito da dengue. Dessa forma, as partes que são cobertas por roupa não precisam ser protegidas. Em média, a área de proteção contra insetos é limitada a 4 cm do ponto em que o produto é aplicado.

Repelentes afastam o mosquito da dengue e são seguros, uando usados de forma adequada (Imagem: National Institute of Allergy/Unsplash)

Em crianças, o ideal é não passar o repelente de insetos nas palmas das mãos, já que o pequeno pode levar o produto à boca. Para os adultos, é preciso lavar as mãos após a aplicação.

Pode aplicar de novo o repelente?

Cada fórmula de repelente contra a dengue tem um tempo de duração, descrito na bula. Então, ao longo do dia, é possível que o produto precise ser novamente aplicado.

Quando a pessoa se molha, toma banho, pratica atividade física intensa ou transpira (suor) em excesso, é preciso reaplicar a barreira protetora que afasta o mosquito da dengue.

Em média, a recomendação é que o repelente seja aplicado, no máximo, três vezes ao dia. “Uma vez que a duração média do repelente na pele é de 10 horas, então, três vezes são suficientes. Isso vale tanto para adultos, quanto para as crianças”, explica o médico dermatologista Theodoro.

Afinal, usar repelente faz mal à saúde?

Para a maioria das pessoas que segue todas essas recomendações, os repelentes de inseto não fazem mal à saúde. No entanto, em alguns indivíduos, esses produtos químicos ainda podem causar reações, como:

  • Coceira, vermelhidão e alergia na pele; 
  • Tosses;
  • Espirros;
  • Dor de cabeça;
  • Crises alérgicas, especialmente em pessoas com problemas respiratórios, como asma.

Para reduzir o risco dos efeitos indesejados, é preciso tomar cuidado na hora da aplicação e evitar o uso excessivo. Normalmente, as crianças são as mais afetadas por esses problemas. 

Por isso, quando possível, a melhor maneira de afastar o mosquito da dengue das crianças é com “o uso de repelentes de tomada, tendo o cuidado de manter distância de pelo menos 2 m do aparelho com o produto”, orienta o dermatologista Theodoro.

Vale usar repelente para dormir? 

O ideal é não usar repelentes na hora de dormir, já que existem outras formas de proteção, como mosquiteiras nas janelas ou ainda o uso do ar-condicionado. 

Agora, “se não for possível controlar ou evitar acesso do mosquito no local de dormir, vale a pena usar nas áreas que ficarem expostas”, afirma a professora Leonardi, desde que a pessoa siga as orientações da embalagem, já que cada ativo tem suas particularidades e restrições.

Leia a matéria no Canaltech.

Trending no Canaltech:

  • Xiaomi lista os primeiros celulares que vão receber o HyperOS
  • Nova versão dos Supremos é o “time dos sonhos” dos Vingadores
  • Xiaomi lança câmera de segurança CW500 com preço baixo e proteção contra chuva
  • Modalidade Uber Adolescente será liberada em todo Brasil
  • Figurinhas animadas do WhatsApp vão ficar mais bonitas
  • Novo Xbox e o fim das mídias físicas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.