Lula reage a ameaça de taxação dos EUA sobre o aço brasileiro

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (14) que o Brasil vai reagir caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpra a promessa de elevar tarifas de importação.

Em entrevista à Rádio Clube do Pará, Lula declarou que o governo brasileiro pode acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou retaliar comercialmente os EUA.

“Se taxar o aço brasileiro, vamos reagir comercialmente, denunciar à OMC ou taxar os produtos que importamos deles”, afirmou o presidente. Ele reforçou que não deseja conflitos, mas garantiu reciprocidade em qualquer medida adversa contra o Brasil.

• MSF avalia como positivo início de discussões na OMC sobre suspensão de patentes relacionadas à pandemia
• Problemas no abastecimento global podem durar “vários meses”, segundo OMC
• Para ampliar acesso a vacinas contra covid, oposição pede à OMC suspensão de patentes
• Brics: Presidente defende modernização da OMC e de regras de subsídios
• Bancadas do Agro e do Mercado Reagem a Veto de Lula

Trump amplia tarifas e Brasil pode ser afetado

Nos últimos dias, Trump prometeu impor tarifas a países com superávit comercial com os EUA, como China, México e Canadá. Além disso, anunciou uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio, revogando isenções para alguns fornecedores, incluindo o Brasil.

Lula destacou que os Estados Unidos têm superávit na relação com o Brasil. “Eles importam de nós US$ 40 bilhões e nós importamos US$ 45 bilhões deles”, argumentou.

Brasil adota tom cauteloso

A equipe econômica do governo recomenda cautela. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil deve aguardar medidas concretas antes de reagir. Ele ressaltou que a balança comercial é favorável aos EUA e que não há razão para temores precipitados.

Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, destacou que o Brasil não representa um problema comercial para os EUA. Segundo ele, apenas quatro dos dez produtos mais exportados pelo Brasil para os EUA são isentos de tarifas, enquanto oito dos dez produtos mais importados dos EUA entram no Brasil sem taxação.

Relação Brasil-EUA em momento incerto

Lula também lembrou que Brasil e Estados Unidos completarão 200 anos de relações diplomáticas em 2025, mas afirmou que ainda não conversou com Trump desde sua posse. “O relacionamento é entre os Estados, e espero que os EUA reconheçam a importância do Brasil”, afirmou.

Entenda o caso: Tensão comercial entre Brasil e EUA

• Trump anunciou tarifa de 25% sobre aço e alumínio importado
• Brasil pode ser afetado com revogação de isenções
• Lula afirmou que o país responderá com medidas equivalentes
• Ministros recomendam cautela antes de qualquer reação
• EUA têm superávit comercial com o Brasil
• Ainda não houve contato direto entre Lula e Trump

O post Lula reage a ameaça de taxação dos EUA sobre o aço brasileiro apareceu primeiro em Diário Carioca.