Como funciona o teste rápido da dengue?

teste rápido da dengue fica pronto em 15 minutos e pode ser uma boa alternativa em locais com alta de casos, como ocorre na época das chuvas no Brasil. A testagem funciona a partir da identificação de antígenos ou anticorpos no sangue do paciente com sintomas típicos da dengue, como febre, mal-estar e dor de cabeça. Embora seja um método fácil, apresenta algumas limitações importantes. No momento, ainda não existe um autoteste da dengue. 

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Oficialmente, o teste rápido da dengue recebe o nome de imunocromatográfico. A análise demanda uma amostra de sangue do paciente com suspeita da infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, como explica Celso Granato, médico infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, para o Canaltech. Aqui, não vale amostras da saliva.

Para o especialista na área da saúde, o teste rápido “é bom, mas não dá para comparar [em termos de sensibilidade] com o teste tradicional, o imunoenzimático”. Com essa menor sensibilidade, é preciso saber o melhor momento para o uso, ou seja, pensar em seus pontos fortes. Assim, é bastante útil em áreas que enfrentam epidemias de dengue, como é possível em algumas cidades durante o verão brasileiro. 


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Quando a pessoa está com sintomas característicos da dengue e o teste rápido dá negativo, o médico reforça a importância de ser realizado um exame mais preciso, ou seja, o teste imunoenzimático. Isso porque ele possui maior precisão. Em comum, ambos utilizam amostras de sangue para análise da infecção.

Quando fazer teste rápido para dengue?

Aqui, é importante observar que existem alguns tipos de testes para dengue e a escolha do exame correto depende de quantos dias os sintomas iniciaram. Durante os primeiros dias de infecção, o indicado é realizar o teste rápido que detecta o antígeno NS1. É basicamente um “pedacinho” do vírus produzido nos primeiros cinco dias da doença.

Paciente com dengue e febre alta, antes de fazer o teste rápido da dengue
O teste rápido da dengue funciona a partir da detecção de antígenos ou de anticorpos no sangue da pessoa com sintomas, como febre (Imagem de: Freepik)

“Se a pessoa estiver nos primeiros cinco dias após o início dos sintomas, ela faz o teste NS1. Passando o quinto dia, com uma certa variação individual, a pessoa começa a produzir anticorpos“, destaca o infectologista Granato. “Então, você não detecta mais o antígeno, mas vai identificar anticorpos. Inicialmente, o anticorpo do tipo IgM e, mais uns dois ou três dias, ele vai detectar IgG“, complementa.

A distinção entre o tipo de teste rápido também vale para o teste convencional da dengue. Então, é muito importante perceber quando os sintomas “estranhos” surgem no organismo. Esta capacidade de percepção pode facilitar o diagnóstico.

Existe autoteste da dengue?

Durante a pandemia da covid-19, as autoridades de saúde liberaram a comercialização do autoteste da covid-19, no qual o próprio paciente poderia usar como forma de triagem na hora de saber se deveria se isolar e buscar orientação médica. Isso é possível a partir de uma simples amostra de saliva ou da secreção nasal coletada com o swab (“cotonete”). Exame similar pode ser feito para suspeita de infecção pelo HIV, a partir da saliva.

Em relação à dengue, os testes rápidos disponíveis utilizam amostras de sangue, o que dificulta a liberação e a viabilidade de autotestes caseiros serem liberados. “O autoteste da dengue, como é feito no sangue, acho mais complicado“, detalha o infectologista. Afinal, o risco de contaminação e de acidentes envolvendo a coleta do material é maior.

Por outro lado, há uma demanda por soluções que facilitem o diagnóstico, ainda mais quando se considera a realidade do Brasil. Em 2024, o país registrou o maior número de casos da história. Foram 6,5 milhões de casos, incluindo mais de 6 mil óbitos confirmados e 831 em investigação. No entanto, ainda será necessário aguardar. 

Sinais de alerta para a dengue

Independentemente da forma com a qual o quadro de dengue será diagnosticado, é importante se atentar para os sinais de alerta para aumento da gravidade da doença transmitida por mosquitos. Afinal, a dengue grave, anteriormente conhecida como dengue hemorrágica, pode ser letal.

Segundo o infectologista Granato, os sintomas ligados ao agravamento do quadro incluem:

  • Muito vômito;
  • Forte dor abdominal;
  • Muita dor de cabeça;
  • Tontura;
  • Fraqueza excessiva.

“São todas situações em que temos que deixar a pessoa internada, nem que seja nessas barracas [montadas em áreas de surto] usadas no passado, para tomar soro. O soro [como forma de hidratação] salva a vida da pessoa“, detalha o médico. Quando não existem esses sinais, os cuidados podem ser feitos em casa, sempre mantendo a hidratação do corpo, conforme a indicação médica.

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