Notebooks da Acer vão ficar 10% mais caros devido às tarifas dos EUA

A guerra comercial entre Estados Unidos e China começa a mostrar seus efeitos práticos para os consumidores. A Acer, uma das maiores fabricantes de computadores do mundo, anunciou que irá aumentar em 10% os preços de todos os seus produtos “Made in China” vendidos nos Estados Unidos a partir de março.

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O aumento é uma consequência direta das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos importados da China. Desde que assumiu a presidência, Trump tem adotado uma postura agressiva nas relações comerciais com o país asiático, impondo taxas de importação sobre diversos produtos chineses.

A decisão da Acer é um sinal de que outras empresas do setor de tecnologia devem seguir o mesmo caminho nos próximos meses. Com o aumento dos custos de importação, as fabricantes terão que repassar parte desse valor para o consumidor final para manter suas margens de lucro.


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Fabricar produtos na China está mais caro

O CEO e Presidente da Acer, Jason Chen, confirmou que o aumento de 10% nos preços será aplicado a partir do próximo mês para todos os produtos fabricados em território chinês. Segundo ele, a medida é uma consequência direta e inevitável das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Notebooks como os Acer Swift devem começar a apresentar preço 10% maior nos EUA a partir de março (Foto: Ivo Meneghel Jr/Canaltech)

“Teremos que ajustar o preço final ao consumidor para refletir a tarifa. Achamos que 10% provavelmente será o aumento padrão por causa do imposto de importação. É muito simples”, afirmou Chen.

O executivo explicou que a decisão de aumentar os preços foi tomada na semana passada, mas como as tarifas não se aplicam a produtos que deixaram a China antes de fevereiro, o reajuste pode levar algumas semanas para ser totalmente implementado.

Outras empresas também devem aumentar preços

Apesar de a Acer ser a primeira grande fabricante a anunciar oficialmente um reajuste assim, é muito provável que outras empresas do setor sigam o mesmo caminho e subir o preço de seus produtos.

Um exemplo é o mercado de monitores, que pode enfrentar aumentos de pelo menos 5% nos preços em breve, segundo relatório do DigiTimes Asia. Fabricantes como Dell, HP e Samsung vinham aumentando seus estoques de painéis e sistemas desde dezembro como forma de tentar postergar o repasse dos custos aos consumidores, mas essa estratégia tem prazo limitado.

A Acer também está considerando outras medidas para contornar os efeitos das tarifas. Chen revelou que a empresa está analisando a possibilidade de mudar parte de sua produção para outros países, incluindo os próprios Estados Unidos. “Estamos olhando para diferentes cadeias de fornecimento além da China”, afirmou o executivo.

Outros segmentos da indústria devem seguir movimento da Acer: analistas preveem que monitores ficarão pelo menos 5% mais caros em breve (Imagem: Divulgação/LG)

Como alta nos preços impacta o consumidor?

O reajuste anunciado pela Acer para março deve levar algum tempo até ser plenamente sentido pelos consumidores nas lojas. Isso porque existe um intervalo entre a saída dos produtos da fábrica, sua distribuição e chegada ao varejo.

Ainda assim, é fato que as consequências da taxação de 10% imposta por Trump à China, México e Canadá devem ser sentidas em todo o mundo. Mesmo países que não estão diretamente envolvidos na disputa comercial, como o Brasil, podem sentir os efeitos indiretos da medida.

Também existe a possibilidade de que os preços de eletroeletrônicos sofram aumentos no mercado brasileiro nos próximos meses. Isso porque as empresas podem adotar estratégias de precificação global para distribuir o impacto das tarifas por diferentes mercados.

O cenário ainda é incerto e depende de novos desdobramentos na política comercial dos Estados Unidos. Por enquanto, a recomendação é ficar atento às variações de preço e avaliar criteriosamente suas decisões de compra nos próximos meses.

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