“Finalmente, livres”: vítimas de tráfico humano no retorno de Mianmar

São Paulo — Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, de 26, desembarcaram na tarde desta quarta-feira (19/2), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, após serem resgatados de uma situação de tráfico humano em Mianmar, no sudeste asiático.

O pouso do avião que trazia os dois paulistas estava previsto para às 16h. Antônio Carlos Ferreira, pai de Phelipe, e Cleide Viana, mãe de Luckas, esperavam ansiosos pelos filhos. Porém, tiveram que aguardar até por volta das 18h30, quando ambos terminaram de depor à Polícia Federal (PF).

Luckas e Phelipe ficaram mais de duas horas na sede da PF no aeroporto. Posteriormente, tanto Antônio, quanto Cleide também foram chamados. As vítimas tiveram que relatar o sofrido durante o período em que tiveram presos em Mianmar, enquanto os pais foram avisados sobre o procedimento da polícia e que poderia demorar um pouco.

Após o tempo de espera, finalmente as famílias puderam se reencontrar. O momento mais emocionante contou com abraços, choro e até um susto. Em determinado momento, enquanto Luckas contava sobre as torturas sofridas no sudeste asiático, Cleide passou mal.

Veja:

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Cleide reencontrando filho Luckas

Nervosismo, choro e susto marcaram chegada de vítimas de tráfico humano ao Brasil
Família aguarda chegada de filho vítima de tráfico humano em Mianmar
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Reencontro das famílias com os filhos vítimas de tráfico humano em Mianmar

Enzo Marcus/ Metrópoles

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Cleide reencontrando filho Luckas

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Nervosismo, choro e susto marcaram chegada de vítimas de tráfico humano ao Brasil

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Família aguarda chegada de filho vítima de tráfico humano em Mianmar

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Em depoimento, Luckas comemorou o reencontro com a mãe e afirmou que se negava a aplicar alguns golpes, por isso era punido com pancadas de vara de bambu, choques elétricos e até ficar pendurado e algemados por horas e horas.

Já Phelipe afirmou que finalmente se sentiu livre e chegou a contar sobre a sua rotina em Mianmar. Ele era obrigado a se passar por personagens digitais para aplicar golpes on-line, inclusive em brasileiros. Segundo ele, havia uma meta que ia aumentando dia após dia e, caso não fosse cumprida, o resultado seria “punição”.

Após o reencontro e entrevistas à imprensa, ambas as famílias foram para a casa. Cleide revelou em um áudio que agora a família busca ajuda para conseguir atendimento em um hospital para realizar um check-up nas vítimas.

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