Vídeo: mãe passa mal ao ouvir relatos de tortura do filho em Mianmar

São Paulo — Cleide Viana, mãe de Luckas Viana – vítima de tráfico humano e exploração de trabalho em Mianmar – passou mal ao ouvir os relatos de tortura sofrida pelo filho enquanto estava em cárcere no sudeste asiático.

A mulher precisou ser apoiada por familiares que estavam no local, incluindo Luckas. Veja:

 

No momento, Luckas contava sobre as agressões sofridas após aqueles que o mantinham preso em Mianmar descobrirem que ele havia entrado em contato com um amigo e relatado a situação vivida.

“Me colocaram na prisão duas vezes e lá me bateram bastante. Essas aqui são marcas das algemas. A gente ficava 17 horas preso assim [ele estica os braços de forma horizontal] parado. Depois a gente sentava por cinco a oito horas”.

Segundo o homem, essa foi a primeira vez em que relatou as agressões à mãe. Enquanto Luckas falava, a mulher não controlou o choro e acabou passando mal: “Eu não sabia disso”, afirmava a mãe, enquanto era retirada do ambiente por uma irmã.

Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, também foi vítima de tráfico humano em Mianmar. Ele contou que era obrigado a manter uma rotina de aplicar golpes em outras pessoas por redes sociais.

De acordo com ele havia metas diárias a serem cumpridas e caso elas não fossem atingidas havia “punição” com golpes de vara de bambu e choques elétricos.


Reencontro

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Cleide reencontrando filho Luckas

Nervosismo, choro e susto marcaram chegada de vítimas de tráfico humano ao Brasil
Família aguarda chegada de filho vítima de tráfico humano em Mianmar
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Reencontro das famílias com os filhos vítimas de tráfico humano em Mianmar

Enzo Marcus/ Metrópoles

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Cleide reencontrando filho Luckas

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Nervosismo, choro e susto marcaram chegada de vítimas de tráfico humano ao Brasil

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Família aguarda chegada de filho vítima de tráfico humano em Mianmar

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  • Luckas retornou ao Brasil junto de Phelipe. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Grande São Paulo por volta das 16h desta quarta-feira (19/2).
  • Após deixar o avião, a dupla foi abordada pela Polícia Federal (PF) e conduzida à sede da corporação no aeroporto para depor sobre o período vivido no país do sudeste asiático.
  • Os dois ficaram por cerca de 2h30 no local. Em um determinado momento, os pais das vítimas foram convocados ao lugar para serem avisados sobre o procedimento e que pudesse demorar um pouco.
  • Por volta das 18h30, as vítimas deixaram a PF e puderam reencontrar a família depois de meses de pesadelo.
  • Eles atenderam a imprensa e relataram alguns dos traumas vividos e como funcionava a rotina de golpes forçados e torturas sofridas.
  • Posteriormente, eles deixaram o local acompanhados de suas famílias com destino as respectivas casas.

 

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