Lula critica ovo a R$ 40 e quer reunião com atacadistas: “É absurdo”

Durante entrevista no Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (20/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que pretende fazer uma reunião com atacadistas para discutir os preços dos alimentos, entre eles o dos ovos, que teve alta de até 40% desde a segunda quinzena de janeiro.

“O preço vai baixar. Eu tenho certeza que a gente vai fazer com que os preços voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador. […] Quando me disseram que o ovo estava R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo. Vamos ter de fazer uma reunião com atacadistas pra discutir como trazer isso para baixo”, ressaltou o presidente.

Segundo Lula, o calor, a chuva e as queimadas no Brasil prejudicaram o preço dos alimentos, além da crise da gripe aviária, nos Estados Unidos. “A gente vem de momentos cruciais no Brasil. Muito sol, muito fogo, muita chuva. Tudo isso tem interferência nos preços. [Também] Tivemos a gripe aviária nos Estados Unidos”, alegou Lula à Rádio Tupi.

Por fim, o presidente prometeu a queda no preço de todos os alimentos — que puxaram a alta da inflação de 2024, fechando o ano em 4,83% — e que o povo “vai voltar a comer a sua picanhazinha”.

“A carne começou a cair, pode ficar certo que vai cair, e o povo vai voltar a comer a sua picanhazinha, sua costela e queremos baixar [o preço de] todos os alimentos”, destacou.


Entenda o debate em torno dos preços dos alimentos

  • Enquanto a inflação acumulou alta de 4,83%, em 2024, o grupo Alimentação e bebidas, isolado, subiu 7,69% em 12 meses. Esse grupo contribuiu com 1,63 ponto percentual para a inflação do ano passado.
  • Custos da alimentação (seja ela dentro ou fora do lar) pesam especialmente sobre os mais pobres, que têm seu poder de compra reduzido.
  • O Palácio do Planalto descartou o tabelamento de preços para forçar a queda nos valores dos alimentos.
  • Governo aposta na queda do dólar, que caiu em torno de 10% nos últimos 60 dias, e na safra agrícola de 2025, que deverá registrar recorde.
  • Regulamentação do vale-alimentação, que poderia reduzir as taxas cobradas pelo mercado de benefícios, diminuindo a pressão sobre os preços dos alimentos, ainda não tem previsão de sair.

Após um ano marcado por eventos climáticos adversos, que impactaram os resultados do campo, a equipe econômica trabalha com cenário mais positivo em 2025, sem a prevalência de fenômenos como El Niño e La Niña, que amplificam fenômenos climáticos extremos.

A médio prazo, o governo aposta fortemente na “supersafra” agrícola prevista para 2025. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a produção deste ano registre um crescimento recorde de 8,3% em relação à safra anterior, totalizando 322,47 milhões de toneladas de grãos, especialmente soja e milho — um aumento de 24,62 milhões de toneladas.

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