Egito anuncia descoberta de primeira tumba faraônica em mais de 100 anos

Foi descoberta, no Vale dos Reis, a tumba de um faraó de 3.500 anos atrás, marcando a primeira vez em mais de 100 anos que o evento arqueológico acontece — o monarca em questão era Tutmés II, casado com Hatshepsut, uma das poucas mulheres a liderar o Egito.

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As informações são do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, que lembrou o último túmulo de um faraó a ser encontrado: a famosa tumba de Tutancâmon, em 1922, pelo britânico Howard Carter. Diferente do achado centenário, no entanto, a câmara de Tutmés II estava vazia, sem a presença do corpo faraônico.

Tutmés II, sua tumba e seu corpo

Embora a tumba não estivesse mais abrigando o corpo do faraó ou a maioria dos bens enterrados com ele, ela não foi roubada: uma enchente atingiu o local logo após o enterro de Tutmés II, então a múmia e suas posses foram realocados para outro local, ainda desconhecido dos cientistas.


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Sobraram apenas restos de argamassa com inscrições azuis, estrelas amarelas e trechos do Livro de Amduat, texto religioso comum em tumbas egípcias antigas e sarcófagos.

Detalhes da tumba de Tutmés II, com artes nas paredes e poucos restos de seus bens — a câmara mortuária foi esvaziada após uma enchente (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)
Detalhes da tumba de Tutmés II, com artes nas paredes e poucos restos de seus bens — a câmara mortuária foi esvaziada após uma enchente (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

A câmara em si foi achada em outubro de 2022, mas só entre 2024 e 2025 pesquisadores conseguiram analisar algumas cerâmicas encontradas no túmulo, descobrindo o nome de Tutmés II gravado em baixo-relevo. Um dos potes, inclusive, tinha uma identificação dizendo que seu conteúdo trazia natrão, substância usada no embalsamamento de múmias.

O túmulo tem 29 metros de comprimento e inclui uma câmara mortuária de 5,3 m por 5,2 m por 3,4 m. É possível que exista uma segunda tumba ainda não descoberta trazendo os restos realocados de Tutmés II, mas alguns egiptólogos creem que uma múmia reenterrada em um sítio arqueológico de Deir el-Bahari, nas proximidades, possa ser a do faraó antigo.

A questão é que a múmia pode ser velha demais — com cerca de 40 anos quando de sua morte — para ser a de Tutmés II. Pouco se sabe sobre o reinado do faraó, com estimativas indo de cinco anos a 13 anos de governo até sua morte.

Ele se casou com a meia-irmã Hatshepsut, que governou como faraó após a morte do marido. É possível que ela tenha sido a primeira a ser enterrada no Vale dos Reis, após os egípcios pararem de enterrar seus faraós em tumbas especialmente construídas para isso, como as pirâmides.

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