Qual tipo de dor de cabeça é preocupante?

Também conhecida como cefaleia, a dor de cabeça é um sintoma que, segundo pesquisas, vai atingir até 96% da população pelo menos uma vez na vida. É útil saber diferenciar, no entanto, se o incômodo é primário — ou seja, quando não é causado por outra doença — ou secundário, quando surge por conta de outra condição de saúde.

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No caso de dores primárias, geralmente analgésicos como aspirina, ibuprofeno ou dipirona conseguem resolver o problema, mas quando se trata de uma dor de cabeça que aparece constantemente ou está ligada a outros sintomas, é necessário cuidado, com visitas a um neurologista e atenção às causas.

Para saber mais sobre o assunto, o Canaltech conversou com Natan Chehter, clínico geral e geriatra do Hospital Estadual Mário Covas, que traz algumas dicas para saber quando uma dor de cabeça precisa de mais atenção e quando pode estar ligada a doenças mais graves.

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Dores de cabeça e suas causas

Há, de acordo com o médico, muitos tipos diferentes de dores de cabeça (mais de 200, segundo algumas fontes). As primárias, em geral, estão ligadas ao aumento da sensibilidade à dor no cérebro, com os tipos mais comuns incluindo enxaqueca e dor de cabeça tensional. Outras dores, como a cefaleia em salvas e a neuralgia do trigêmeo, são mais raras.

No caso da enxaqueca, ela é uma doença neurológica crônica na qual o paciente apresenta dores recorrentes, de maneira unilateral, em pulsos e que pode acompanhar enjoo, vômitos e sensibilidade à luz, piorando com atividades físicas. A dor de cabeça tensional, por sua vez, dá uma sensação de “aperto” em ambos os lados da cabeça, sem outros sintomas relacionados.

Algumas dores de cabeça podem estar ligadas ao clima, como no caso da sinusite, mais comum em tempo seco, quando os seios nasais podem inflamar. Nesse caso, também pode haver dores na face, ao redor do nariz e olhos, piorando quando se abaixa a cabeça ou se deita. Analgésicos, anti-histamínicos e descongestionantes podem ajudar.

Mais raramente, pode ocorrer a chamada cefaleia em salvas, cuja dor é semelhante a uma fisgada, geralmente em um só lado da face, que atinge o olho. A condição, em geral, ocorre à noite, até mesmo acordando o paciente, e pode acompanhar inchaço, vermelhidão da pálpebra, corrimento nasal e lacrimejamento do olho afetado. Anti-inflamatórios costumam ajudar neste caso.

Quando a dor de cabeça é preocupante?

Segundo Chehter, a dor de cabeça levanta preocupações quando apresenta comportamento atípico — quando é muito intensa e súbita, ou que resiste aos tratamentos comuns. Dores de cabeça mais raras, como a enxaqueca e a dor em salvas, requerem tratamentos diferentes para cada uma, então é importante identificar qual se está sentindo para o tratamento.

Quando há outros sintomas junto à dor, como tontura, perda de força muscular, algum sangramento, febre, alteração de comportamento ou memória, desvio no olhar ou dificuldade de enxergar, também é sinal de que há uma doença preocupante se instalando e que convém buscar um médico.

É importante apontar que acidentes vasculares cerebrais (os populares AVCs) não estão necessariamente ligados às dores de cabeça, mas Chehter comenta que o sintoma pode fazer parte do problema.

Em geral, no entanto, outros sintomas aparecem: como é um déficit neurológico súbito, o AVC costuma deixar a fala arrastada, dificultar o movimento do rosto, um desvio do olho ou da língua, etc. Nesses casos, convém procurar serviços de urgência.

Já tumores não necessariamente podem causar dor, de acordo com o médico. Ele lembra que dores de cabeça são fenômenos geralmente tensionais, comuns, gerados por comportamentos como falta de alimentação, hidratação ou sono ruim. Quando a cefaleia é incapacitante e constante, no entanto, deve-se buscar um diagnóstico para verificar o que pode estar causando o problema.

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