Israel ataca Líbano pouco antes do funeral de líder do Hezbollah

O exército israelense anunciou na manhã deste domingo (23/2) que havia atacado lançadores de foguetes no sul do Líbano que representavam uma “ameaça iminente”.

“Um ataque foi realizado contra vários lançadores de foguetes que representavam uma ameaça iminente aos civis israelenses no sul do Líbano”, disse o Exército em um comunicado, acrescentando que também havia realizado “um ataque específico contra um local militar onde a atividade do Hezbollah (havia) sido identificada” em outro lugar no Líbano.

Os ataques ocorreram pouco antes do início de um funeral em massa em Beirute para o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque israelense em setembro.

Vários ataques israelenses tiveram como alvo as regiões de Tyre e Nabatiye, que ficam relativamente longe da fronteira israelense-libanesa, disse a Agência Nacional de Notícias (ANI) na manhã deste domingo.

Na noite desse sábado (22/2), o exército israelense já havia bombardeado a região da fronteira entre o Líbano e a Síria (leste), alegando que queria impedir que o movimento pró-iraniano trouxesse armas para o Líbano.

Um frágil cessar-fogo está em vigor no Líbano entre Israel e o Hezbollah desde 27 de novembro, após mais de um ano de hostilidades, incluindo dois meses de guerra mortal. No entanto, Israel continua a realizar ataques no território libanês, e os dois lados têm se acusado repetidamente de violar a trégua.

O exército israelense concluiu sua retirada do sul do Líbano em 18 de fevereiro, mas permaneceu em cinco posições estratégicas.

Funeral do líder Hassan Nasrallah

O Hezbollah está enterrando, na manhã deste domingo, seu líder Hassan Nasrallah, morto em setembro passado durante um bombardeio em Beirute. Milhares de pessoas se reúnem no sul de Beirute desde sábado. Apesar do frio e da neve nas montanhas, longos comboios de carros seguiram em direção à capital libanesa vindos do sul do Líbano e da planície oriental de Bekaa.

Nos arredores da capital, salas de oração foram abertas para acomodar aqueles que viajavam de longe. Os preparativos finais foram concluídos no sábado para a cerimônia, que está sendo realizada no complexo esportivo nos arredores da capital.

Cerca de 4 mil soldados e policiais libaneses e 25 mil militantes do Hezbollah estão sendo mobilizados para fornecer segurança para esse evento. Além de prestar homenagem ao seu líder emblemático, o partido xiita quer enviar mensagens aos seus amigos e inimigos por meio desse funeral.

Em primeiro lugar, o Hezbollah quer mostrar que sua capacidade de mobilizar sua base popular permanece intacta, apesar dos duros golpes, das perdas e da destruição que sofreu durante a guerra. Esse funeral entrará para a história do Líbano como o evento que reuniu a maior multidão já vista no país.

O partido xiita também quer provar à sua base, que foi severamente testada pela guerra, e também aos seus inimigos, liderados por Israel, que ainda tem recursos consideráveis à sua disposição para organizar esse evento em uma escala sem precedentes.

Para isso, empregou uma logística material e recursos humanos imponentes para mobilizar, dirigir e supervisionar as multidões que se aglomeram no complexo esportivo de Beirute, na entrada sul da capital.

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