Brasil condena ocupação militar em campos de refugiados palestinos

O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, condenou, neste domingo (23/2), a recente operação militar das Forças Armadas de Israel em campos de refugiados palestinos, localizados ao Norte da Cisjordânia.

Ainda neste domingo, militares israelenses deram continuidade à operação nessas áreas. Segundo o Itamaraty, a ação expulsou cerca de 40 mil palestinos dos campos de refugiados em Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams.

Em nota, o governo brasileiro expressou “forte preocupação” com a intensificação de operações militares israelenses nessas áreas, bem como o “recente emprego de tanques e a ocupação militar”.

Para o Itamaraty, a remoção forçada dos palestinos é uma “violação ao direito internacional e ao direito internacional humanitário”. O Brasil ainda pediu que Israel suspenda “completamente” as operações militares na Cisjordânia.

“Ao recordar o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a presença israelense no território palestino ocupado, o Brasil insta Israel a suspender completamente suas operações militares na Cisjordânia”, destaca trecho do comunicado.

“O Brasil sublinha, ademais, a importância de que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA) possa manter suas atividades nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, em benefício da população refugiada”, acrescenta.

Maior operação militar em quase 20 anos

Como mostrado pela Agência Brasil, essa é a maior operação militar de Israel na Cisjordânia desde 2005, quando ocorreu a segunda Intifada — grande revolta da população palestina contra a ocupação israelense.

O governo de Israel informou que ocupará os campos de refugiados pelo próximo ano, além de impedir o retorno dos palestinos. “Não permitiremos o retorno dos moradores e não permitiremos que o terror retorne e floresça”, reforçou o ministro da Defesa, Israel Katz. O governo de Tel Aviv alega que as ações são para combater o terrorismo.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, que controla parte da Cisjordânia, afirmou que a ocupação de Israel é a continuação do genocídio do povo palestino e da anexação dos territórios.

“O Ministério vê esses acontecimentos — incluindo as declarações de Katz, o envio de tanques e a intimidação deliberada de civis indefesos — como uma grave escalada na Cisjordânia e uma tentativa flagrante de consolidar o genocídio e o deslocamento forçado contra nosso povo desarmado”, disse a representação palestina da Cisjordânia.

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