Focus: mercado financeiro sobe projeção da inflação para 2025 e 2026

O mercado financeiro subiu as projeções de inflação para 2025 e para o próximo ano. Com isso, as expectativas seguem desancoradas — isto é, distantes das projeções de inflação no chamado “horizonte relevante” e da meta inflacionária.

Os dados fazem parte do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (24/2) pelo Banco Central. As projeções são frutos da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.


O que é o relatório Focus

  • O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
  • O Focus é tradicionalmente divulgado toda segunda-feira.
  • O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
  • As projeções são do mercado, não do Banco Central. A autoridade monetária só reúne os dados.

Inflação

O mercado financeiro elevou a projeção de inflação deste ano pela 19ª semana consecutiva. Para os analistas, a estimativa deste ano passou de 5,60%, na semana passada, para 5,65% nesta semana.

A partir deste ano, a meta de inflação do Brasil é contínua, e não mais por ano-calendário. Ou seja, o índice é apurado mês a mês. Se o IPCA acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual – isto significa, com piso de 1,5% e teto de 4,5%. Ela será considerada cumprida se oscilar dentro desse intervalo de tolerância.

O próprio BC informou que a meta tem 50% de chance de ser descumprida em 2025. Em relatório publicado em dezembro, a autoridade monetária avaliou que a probabilidade de a inflação estourar o teto da meta neste ano cresceu de 28% para 50%.

E se a meta for descumprida?

Caso a meta seja descumprida, o Banco Central precisa divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda — neste caso, o ministro Fernando Haddad — explicando as razões para o estouro. Isso porque a autoridade monetária tem o papel de controlar o avanço dos preços, por meio da taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.

No acumulado dos últimos 12 meses (de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,56%.

Os economistas também elevaram a estimativa de inflação para 2026 (pela nona semana consecutiva). Por outro lado, reduziram a previsão para 2028. Enquanto a projeção para 2027 continua a mesma.

Confira como ficaram as expectativas do mercado:

  • Em 2025, subiu de 5,60% para 5,65%.
  • Em 2026, passou de 4,35% para 4,40%.
  • Em 2027, segue em 4%.
  • Em 2028, recuou de 3,80% para 3,79%.
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