Não tem motivo para minha prisão”, afirma Bolsonaro em entrevista

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (24), que “não tem motivo” para ser preso e que, caso aconteça, será “mais uma arbitrariedade”. Na semana passada, o ex-mandatário foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da investigação que aponta uma trama golpista no país.

“Não tem motivo para prisão minha. Mais uma arbitrariedade, não tem motivo. Alguns dizem até que eu estou pensando em fugir. Ora, eu estive nos Estados Unidos durante três meses, podia ter ficado lá, tinha oferta para trabalhar por lá. E vim para cá enfrentar isso aqui e buscar realmente meu espaço político para 2026. Eleição de 2026 sem meu nome é negação da democracia”, afirmou Jair Bolsonaro, em entrevista a rádio CBN Recife nesta manhã.

“O tempo todo ameaçam de prisão, um prosseguimento da narrativa do golpe. A prisão, ninguém gosta dela. Essa possível prisão, se ocorrer, será por arbitrariedade”, acrescentou.

Na noite de domingo (23), a Polícia Federal (PF) divulgou uma série de áudios dos citados no inquérito, que aponta a articulação de um suposto plano golpista no contexto das eleições gerais de 2022.

Um dos áudios detalha uma conversa entre os coroneis Bernardo Romão Corrêa Netto, então assistente do Comandante Militar do Sul, e Fabrício Moreira de Bastos, que atuava no Centro de Inteligência do Exército, no dia 21 de dezembro de 2022.

Segundo o diálogo, apontado pela PF como uma das evidências de que havia um decreto “golpista” pronto, Bolsonaro estava com medo de ser preso e, por isso, não assinou o documento por falta de adesão das Forças Armadas.

Próximos passos

Após a denúncia da PGR, que acusou o ex-presidente de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado, a peça agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu 15 dias para as defesas de todos os 34 acusados, na peça de Paulo Gonet, procurador-geral na República, se manifestarem.

Após ter passado o prazo da defesa, caberá a Moraes analisar tanto a acusação quanto os argumentos de advogados dos envolvidos no processo.

Se o ministro decidir que o caso tem condição de ir a julgamento, será a marcada a sessão na Primeira Turma do STF, onde os ministros irão deliberar se os denunciados se tornarão réus e responderão a uma ação penal.

Fonte: CNN Brasil

 

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