Haddad diz que “democracia foi salva” e descarta candidatura em 2026

Em um discurso com forte viés político, em que não se limitou a tratar de temas relacionados à economia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022, garantiu a manutenção da democracia no Brasil.

O chefe da equipe econômica também afirmou que não será candidato a nenhum cargo político nas eleições de 2026. O nome do ministro da Fazenda sempre é especulado como potencial concorrente na disputa presidencial do ano que vem, caso Lula decida não tentar renovar seu mandato no Planalto.

Haddad participou da abertura da CEO Conference Brasil 2025, evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.

“Graças a Deus, a democracia foi salva. Isso garante a cada um de nós a liberdade de fazer o que quiser com o voto em 2026”, disse Haddad, que rebateu as críticas de parte do mercado financeiro ao governo Lula.

“É fácil para alguns analistas, às vezes, jogar pedra agora. Falo isso como brasileiro que não é candidato a nada no ano que vem”, prosseguiu Haddad.

“Não é tão difícil para um país tão abençoado como o nosso conseguir tão pouco, porque está tudo na mão para fazer. Meu desejo é que as pessoas foquem no núcleo do nosso problema e ajudem a área econômica a avançar nas discussões internas e externas, com os outros Poderes.”

Haddad pediu o apoio dos agentes econômicos e da opinião pública para a agenda do Ministério da Fazenda neste e no próximo ano. “Nós temos uma agenda a cumprir aqui. E, quanto mais apoio essa agenda tiver das pessoas interessadas em que o país avance, mais ela vai avançar”, observou.

“Não penso que 2026 vai contaminar 2025 porque ela é uma agenda institucional”, continuou o ministro. “Tem uma agenda que é de governo, tem uma agenda ideológica, o que é legítimo, e tem uma agenda de Estado, para cobrir o atraso do Brasil em relação a outros países que estão mais avançados do que nós.”

“Fogo amigo” no governo

Fernando Haddad foi questionado ainda sobre um possível “fogo amigo” enfrentado pela equipe econômica dentro do governo. Nos bastidores, muito se fala a respeito de um suposto choque entre Haddad e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). O ministro da Fazenda nega qualquer problema com o colega de Esplanada.

“É normal o tipo de debate que eu enfrento dentro ou fora do governo. É um debate que está na sociedade. Imaginar que o governo não vai espelhar posições legítimas que existem na sociedade sobre como conduzir a economia não é razoável. Mas, comparado a 2 anos atrás, hoje eu vejo muito mais convergência do que divergência”, minimizou Haddad.

Reforma ministerial

Haddad também negou que tenha tratado com Lula sobre a reforma ministerial, tema que vem monopolizando as atenções no Palácio do Planalto nos últimos meses.

“Isso é um assunto dele [Lula], que ele sempre cuidou como uma atribuição pessoal, que é montar a equipe. É uma iniciativa e uma prerrogativa dele”, afirmou Haddad.

“Essas notícias que saem… eu nunca conversei sobre reforma ministerial com o presidente. Nunca sugeri um nome para o presidente, nem para exonerar nem para admitir. Não funciona assim”, finalizou.

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