Coaf vê suspeita de elo entre fintech de policial e grupos terroristas

São Paulo — O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou a suspeita de envolvimento do 2Go Bank, fintech do policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, com carteiras de criptomoedas de organizações terroristas.

O relatório do órgão de inteligência financeira abasteceu a Operação Hydra deflagrada nesta terça-feira (25/2) com o objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação da Polícia Federal e do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (MPSP) levou Cyllas à prisão.

Segundo o pedido de prisão contra o policial civil, entre as comunicações de operações suspeitas de lavagem de dinheiro ligadas a ele, está um alerta sobre “eventual participação da fintech em transações financeiras com organizações terroristas por meio de criptomoedas, demonstrando como a empresa proporciona condições apropriadas para a movimentação dos recursos das mais variadas origens ilícitas”.

Segundo a investigação, o Banco Topázio informou que o Ministério da Defesa de Israel emitiu um comunicado sobre a existência de carteiras de ativos digitais e contas digitais mantidas na Exchange Binance — uma das principais plataformas de criptomoedas do mundo — que seriam operacionalizadas para movimentação de criptomoedas com fins de perpetração de crimes de terrorismo.

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A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach

O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi preso durante a operação
A Operação Hydra tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa
Cyllas já havia sido preso em 26 de novembro do ano passado, durante a Operação Tai-Pan, da PF, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos
Cyllas, que atuou no Deic, foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil
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Operação Hydra, do MPSP e da Polícia Federal, foi deflagrada na manhã desta terça-feira

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A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach

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O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi preso durante a operação

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A Operação Hydra tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa

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Cyllas já havia sido preso em 26 de novembro do ano passado, durante a Operação Tai-Pan, da PF, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos

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Cyllas, que atuou no Deic, foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil

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Quem é o policial preso em operação que mira fintechs ligadas ao PCC

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O MPSP afirmou que o banco, então, “se utilizou de sua ferramenta de monitoramento de transações em criptoativos, identificando transações entre wallets de Exchanges que são clientes do Banco Topázio e as carteiras digitais (wallets) elencadas no comunicado”.

Após o cruzamento de dados, o banco concluiu que: “Há relação entre os ativos virtuais adquiridos pelos clientes do Banco Topázio no exterior com recursos enviados por meio de operações de câmbio com as wallets listadas no comunicado emitido pelo Ministério da Defesa Israelense”, afirmou o MPSP.

Segundo os promotores, entre os clientes mencionados pela instituição financeira, está o 2Go Bank. A investigação ainda deve esmiuçar essas relações apontadas pelo banco. Como mostrou o Metrópoles, há uma série de suspeitos de lavagem na teia de relações da fintech. Entre eles, empresas que fizeram grandes movimentações financeiras com o 4T Bank, fintech investigada como o “banco do PCC”.

Cyllas havia sido mencionado em depoimentos pelo delator Vinicius Gritzbach, assassinado em novembro de 2024 em frente ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele também já havia sido preso em outra operação da Polícia Federal contra uma rede de lavagem de dinheiro que movimentou pelo menos R$ 6 bilhões.

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