“A Frente Evangélica não é um puxadinho do Bolsonaro”, diz Otoni

Favorito para presidir a Frente Evangélica, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) afirmou que o grupo “não é um puxadinho de Bolsonaro”. A declaração foi uma resposta à pressão exercida pelo ex-presidente sobre os parlamentares evangélicos, afirmando que consideraria um ato de “alta traição” o voto em Otoni para a comando da frente.

“Só quero avisar a ele, e a quem quer que seja, que a Frente Parlamentar Evangélica não é um puxadinho dele e não é um puxadinho dos interesses do bolsonarismo. A Frente Parlamentar Evangélica não pode ser subserviente ao atual governo e não pode estar aqui atendendo aos interesses do bolsonarismo”, declarou o deputado.

3 imagens

O deputado evangélico Otoni de Paula (MDB-RJ) com o presidente Lula, em evento no Planalto.

Otoni de Paula foi aliado de Bolsonaro durante os quatro anos de governo do ex-presidente
1 de 3

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou à coluna que pretende participar dos atos pelo impeachment de Lula

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela

2 de 3

O deputado evangélico Otoni de Paula (MDB-RJ) com o presidente Lula, em evento no Planalto.

Agência Brasil/Reprodução

3 de 3

Otoni de Paula foi aliado de Bolsonaro durante os quatro anos de governo do ex-presidente

Reprodução

Otoni de Paula disse ainda não sofrer de “dupla personalidade” com relação ao governo Lula. “Tenho um profundo respeito pelo presidente Bolsonaro e por sua história de vida. Sempre fui um aliado do presidente Bolsonaro nas piores horas, e ele sabe disso”, afirmou.

“Talvez ele [Bolsonaro] não visite minhas redes sociais. Se ele visitar, verá que não sofro de dupla personalidade. Lá, ele me verá defendendo-o e também criticando o atual governo. Portanto, não sofro de nenhum tipo de problema psicológico ou psiquiátrico, muito menos de dupla personalidade”, ironizou.

Bênção a Lula

Otoni de Paula irritou aliados e o próprio ex-presidente em outubro, quando liderou uma bênção ao presidente Lula durante a assinatura da lei que criou o Dia da Música Gospel. Durante o evento, Otoni agradeceu ao petista pela sanção da lei e fez elogios ao presidente.

“Nossas escolhas são pautadas em crenças e valores. Não temos um dono, senhor presidente. Somos um corpo plural em nossa visão de mundo, a partir do nosso entendimento das santas escrituras”, declarou o deputado.

A reação mais incisiva veio do pastor e líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia. “Que bancada evangélica vai se aproximar de Lula? Alguns podem se aproximar, mas a massa não vai. O gesto do Otoni acontece porque ele quer jogar para os dois lados. Ele quer dar uma de Bolsonaro, mas está queimado do lado de cá”, criticou.

Após o evento com Lula e as críticas da oposição, Otoni de Paula deixou o grupo da bancada no WhatsApp.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.