Preço do café atinge recorde em 50 anos e desafia produtores

O preço do café atingiu o maior nível em cinco décadas, impulsionado principalmente pelos impactos das mudanças climáticas sobre as colheitas globais. No entanto, em vez de comemorar, os produtores estão preocupados com o futuro da cultura e a sustentabilidade do setor.

Na Finca El Puente, uma plantação no sudoeste de Honduras, os proprietários Marysabel Caballero e Moisés Herrera enfrentam dificuldades, apesar da alta nos preços. Custos elevados de produção, como salários mais altos para atrair trabalhadores e o aumento dos preços de fertilizantes, estão reduzindo os lucros. Além disso, condições climáticas extremas têm prejudicado a colheita, tornando o futuro incerto.

“Para nós, produzir café é nossa vida. Mas muitos produtores estão começando a perder a esperança”, afirmou Herrera.

O principal fator por trás da disparada nos preços é a redução da oferta global devido às temperaturas extremas, secas e chuvas excessivas. O fenômeno tem atingido grandes produtores como Brasil e Vietnã, dificultando a produção e aumentando a volatilidade do mercado.

Os produtores temem que os preços altos possam diminuir o consumo, fazendo com que consumidores busquem alternativas mais baratas, como bebidas energéticas e refrigerantes.

Apesar do aumento dos custos, especialistas defendem que os preços elevados podem ser uma oportunidade para transformar o setor.

“Métodos de produção mais antigos esgotaram a fertilidade do solo e não oferecem resiliência contra a mudança climática”, afirmou Amanda Archila, diretora da Fairtrade America, que certifica produtores e estabelece preços mínimos para o café.

A World Coffee Research aponta que 60% do café mundial é produzido por 12,5 milhões de pequenos agricultores, muitos dos quais vivem abaixo da linha da pobreza. Com mais recursos, esses produtores poderiam adotar práticas agrícolas mais sustentáveis, como o plantio de árvores de sombra para preservar o solo e reduzir o impacto do clima.

Fonte: Conexão Política

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