Revista: Trump lidera nova era global de geopolítica ‘mafiosa’

Nesta semana, em uma cena inimaginável até poucos meses atrás, Estados Unidos, Rússia e Coreia do Norte se uniram para votar contra uma resolução na ONU sobre a guerra da Ucrânia. Do outro lado, ficaram a Ucrânia e os demais países da Europa.

A união de Washington com dois de seus maiores rivais na geopolítica mundial não foi um episódio isolado, mas reflete uma nova ordem mundial focada com uma abordagem “mafiosa”, segundo afirma nesta quinta-feira (27) a reportagem de capa da nova edição da revista britânica “The Economist”.

Na reportagem, a revista afirma que o mundo se encaminha para essa nova ordem global liderado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A reportagem afirma que Trump está criando um reequilíbrio de poderes no mundo que rompe com “a era pós-1945” — em referência ao fim da Segunda Guerra Mundial — e cria um modo de resolução de conflitos “ao estilo de Don Corleone” — o mafioso fictício que protagoniza o filme “Poderoso Chefão.

“Aproxima-se rapidamente um mundo no qual quem tem poder faz o que quer e em que grandes potências fecham acordos e intimidam as pequenas”, diz a revista.

A reportagem afirma ainda que o novo modelo “tornará o mundo mais perigoso, e os Estados Unidos, mais fraco e pobre”.

Além do líder norte-americano, diz a revista, também participam da “nova ordem mundial” como o presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente chinês, Xi Jinping, e alemão Friedrich Merz, que venceu as eleições do país esta semana e deve se tornar o novo chefe de governo da Alemanha.

Essa nova “era”, ainda segundo a Economist, foi inaugurada com a proposta de Trump para explorar recursos mineiras da Ucrânia — o acordo que ratificará essa exploração deve ser assinado sexta-feira (28) entre o presidente norte-americano e o ucraniano, Volodymy Zelensky, em uma cerimônia na Casa Branca.

A revista argumenta que Washington impôs esse acordo para a Ucrânia, a parte mais fraca na relação, e que não necessariamente dará algo mais em troca.

A reportagem argumenta que as ações de Trump têm visado, principalmente, negócios que possam beneficiar os EUA, o que deve ser a tônica de sua gestão. Para isso, ele está disposto a movimentos controversos, como é o caso da aproximação com Vladimir Putin.

Nas conversas pela paz na Ucrânia, por exemplo, em vez de atuar como intermediador dos dois países, Washington iniciou conversas diretamente com Moscou, deixando Kiev e os países europeus de lado.

“Este novo sistema tem uma nova hierarquia” também, diz ainda a reportagem, e, nela, os Estados Unidos estão no topo, seguidos por “países que têm recursos para vender, ameaças para fazer e líderes “sem as restrições da democracia”.

Fonte: G1

Adicionar aos favoritos o Link permanente.