Neguinho da Beija-Flor embala folia de Carnaval do programa Samba na Gamboa, da TV Brasil

Neste domingo de Carnaval, dia 2 de março, às 13h, a apresentadora Teresa Cristina recebe o cantor e compositor Neguinho da Beija-Flor, o maior intérprete da Marquês de Sapucaí, na edição inédita do programa Samba na Gamboa, da TV Brasil.

O veterano canta obras de seu repertório próprio. O astro interpreta sucessos autorais como “Deusa da Passarela”, “Malandro é malandro, mané é mané”, “Gamação Danada”, “Malandro Também Chora” e “O Campeão (meu time)”. Ainda entoa músicas célebres como “Ângela”, hit sempre lembrado na sua voz, e a canção “Sorriso Negro”, entre outras.

Com quase 50 anos na folia carioca, o bamba recorda sua trajetória artística e fala do amor pela sua escola de samba. Nota dez na Avenida e nos corações de todos foliões, Neguinho da Beija-Flor conta episódios marcantes da carreira na véspera de seu último desfile como intérprete da agremiação de Nilópolis. A Azul e Branca percorre a Passarela do Samba na segunda-feira de Carnaval, dia 3, às 23h30.

Atração original da emissora pública, o Samba na Gamboa fica disponível no app TV Brasil Play e no YouTube do canal. O programa também tem versão para a Rádio Nacional aos sábados, ao meio-dia, para toda a rede.

Bastidores de clássicos do repertório

No papo com a apresentadora Teresa Cristina, Neguinho da Beija-Flor destaca a história de suas obras. “‘Ângela’ é meu hino, como ‘Travessia’ para Milton Nascimento e ‘Conceição’ para Cauby Peixoto. Nós quase não temos contato, mas Serginho Meriti faz parte da minha história. Ele e o parceiro Alexandre Rodrigues me proporcionaram essa felicidade”, comenta.

Voz oficial da agremiação Azul e Branca de Nilópolis desde 1976 e vencedor de 14 títulos com a escola, Neguinho da Beija-Flor revela um momento marcante na Marquês de Sapucaí, um de seus principais palcos. Em 2025, o veterano faz o último desfile com intérprete na Avenida. O enredo homenageia o saudoso Laíla, histórico carnavalesco identificado com a escola.

Neguinho da Beija-Flor se emociona ao falar sobre o desfile de 2009 em que enfrentava um câncer. “Eu pensei que fosse meu último ano na história do carnaval. Talvez eu tenha sido o único que passou pela Avenida com esse tipo de problema”, recorda o bamba, às lágrimas.

O convidado fala sobre a origem de outro clássico do seu repertório que mexe com a paixão de todo brasileiro, o futebol. “O Campeão (meu time)” tem seus versos entoados nos estádios por torcidas de norte a sul do país.

“Eu tinha um amigo vascaíno chamado Paulo Ramos, cantor da noite. Ele pediu para eu fazer uma música para a torcida dele. O Eurico (Miranda) não aceitou e ele me devolveu a música. Cantei a letra numa roda de samba no River. Repeti três vezes. Ao sair de lá fui para o Salgueiro e cantei de novo. Essa música virou sucesso em um dia. Na semana seguinte eu gravei. A música aconteceu de fora para dentro. Veio da rua para a rádio. As emissoras passaram a tocar quando a torcida começou a cantar no Maracanã”, conta.

Durante a entrevista exclusiva para o programa original da TV Brasil, o artista ainda fala sobre negritude, preconceito racial e grandes ídolos do samba. Ele ressalta personalidades como referência. Para ele, Laíla, saudoso carnavalesco homenageado pela Beija-Flor em 2025, no último desfile de Neguinho como intérprete da escola, é um mestre do samba e Dona Ivone Lara uma rainha do gênero. Ainda se comove ao recordar performances marcantes na Marquês de Sapucaí

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