Como a taxa de atualização da tela afeta o gameplay?

Com certeza você já viu o termo “taxa de atualização” (refresh rate, em inglês) quando pesquisa sobre monitores e TVs, principalmente quando falamos de telas usadas para jogar videogame. Em resumo, ela é responsável por trazer mais fluidez aos movimentos em jogos e outras experiências.

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Quanto maior for, mais ágil será seu gameplay e isso gera uma vantagem dentro do cenário multiplayer competitivo. Não que os displays comuns de 60 Hz ou 120 Hz sejam “ruins”, mas quem tem no setup uma tela com 240 Hz ou mais (podem chegar aos 750 Hz atualmente) inegavelmente terá um desempenho aprimorado.

Ainda que a taxa de atualização dependa do monitor, o Canaltech explica exatamente como ela funciona e de que forma um combo entre a taxa de atualização, processador e GPU pode trazer um upgrade maior para os seus jogos e experiência no geral. Os impactos são enormes e você pode acompanhar todos os detalhes a seguir.

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O que é a taxa de atualização?

A taxa de atualização dos monitores e TVs se refere à frequência em que sua tela atualiza a imagem em exibição. Enquanto ela é representada pela medida em hertz (Hz), o tempo de intervalo entre cada imagem é medido em milissegundos (ms). 

Em termos mais simples, ela se refere a quantas vezes por segundo o seu monitor ou TV consegue trazer uma nova imagem. Por exemplo, se o display tem uma taxa de atualização de 120 Hz, ele consegue fazer isso 120 vezes por segundo. Um de 144 Hz, faz isso 144 vezes a cada segundo e por aí vai.

Os jogadores são impactados com os milissegundos que existem entre cada quadro. Em um monitor de 30 Hz, por exemplo, você tem uma alteração entre cada imagem de 33,33 milissegundos. Já com 60 Hz, a cada 16,67 milissegundos a imagem é alterada. 

Ou seja, quanto maior o número de Hz, menor é o número de milissegundos de intervalo entre as imagens que são apresentadas em seu monitor ou TV. Consequentemente, verá toda a sequência de ações e dos elementos de tela de forma mais fluída e sem a sensação de que estão “travados” (mesmo que por uma pequena parcela de instante). 

 

No vídeo da NVIDIA acima, pode notar como essa diferença na taxa de atualização impacta diretamente o que você vê nos jogos. Reparem que em modelos com mais quantidade de Hz, as imagens passam a ter um ritmo veloz e podem até mostrar com mais clareza a posição dos elementos com maior fidelidade (o que se torna um diferencial em jogos de tiro como Call of Duty, Rainbow Six Siege, Valorant e outros). 

Como a taxa de atualização afeta o gameplay?

Um monitor ou TV com taxa de atualização mais alta pode trazer diversos benefícios para os usuários. Além de ter uma sequência de imagens mais suaves e responsivas, a tecnologia também pode reduzir outros problemas que são comuns para os gamers.

Um deles é relacionado ao motion blur, o desfoque de movimento. Quanto mais lenta é a transição entre as imagens, um “borrão” se forma para acompanhar o movimento dos personagens ou elementos de um lado para o outro. Ou seja, com este tempo sendo reduzido, menos as imagens que se movem vão parecer desfocadas. 

Uma maior taxa de atualização reduz outra dor de cabeça dos jogadores que é input lag, o temido atraso na resposta aos comandos. Se lembra de apertar um botão do controle ou uma tecla, olhar para a tela e seu personagem executar a ação em uma fração de segundos depois? Isso ocorre no atraso que as imagens são transmitidas, o que torna a experiência menos ágil.

Com um monitor ou TV mais modernos, também é possível notar uma melhora na percepção de movimento. Ou seja, você consegue ver antes alvos que estão em movimento e compreender melhor para onde estão seguindo. Este rastreamento se torna a “cereja do bolo” em jogos como os de tiro, permitindo ver os inimigos muitas vezes antes de ser visto. 

Apesar de citarmos com frequência os games FPS como beneficiários de uma alta taxa de atualização, não são os únicos que têm vantagens em displays com uma quantia mais elevada. Todo game “competitivo” pode ter um melhor desempenho, como é o caso de títulos de corrida, luta e outros que permitem agir de forma mais responsiva. 

Ou seja, isso significa que não é apenas em Call of Duty, Fortnite, Rainbow Six Siege, Valorant e similares que terá um apoio do seu monitor ou TV. Franquias como Gran Turismo, Forza, F1, Mortal Kombat, Street Fighter, Tekken e outros voltados ao esports podem receber melhorias significativas com uma maior taxa de atualização. 

Problemas relacionados à taxa de atualização

Não basta apenas comprar um monitor com 240 Hz e acreditar que seu desempenho será diferente, pois não é desta forma que funciona. O seu computador ou console de mesa precisa ter uma qualidade de imagem que acompanhe o avanço, senão você continuará “preso” em uma performance que pode não ser a melhor dentro dos jogos.

Para ver diferença, são necessários três pilares: monitor com a habilidade de atualizar rapidamente as imagens, uma CPU que é veloz o bastante para trabalhar as principais instruções de um game (IA, física, lógica, renderização de dados etc.) e uma GPU que execute tudo isso de forma rápida e eficaz, criando os gráficos que verá em sua tela.

A taxa de atualização do seu monitor ou TV só mostrará a imagem que o seu sistema produz. Melhor dizendo, seu processador e GPU tem de completar estes processos de forma ágil para que ele demonstre ao que veio. Uma CPU e placa de vídeo incapazes de suprir o potencial da sua tela com uma boa taxa de quadros não conseguirá dar conta de elevar o nível, independentemente se seu display for um topo de linha. 

Quando sua taxa de atualização é maior do que o desempenho da taxa de quadros produzida pelos componentes do seu PC ou console, isso pode causar o infame stuttering (conhecido também como travamento). Isso acontece quando tenta jogar um game de 30 FPS em um monitor de 60 Hz, 60 FPS em telas de 120 Hz e continua aumentando. 

O que acontece: um jogo com 30 FPS produz uma imagem a cada 33,33 milissegundos. Se o seu monitor de 60 Hz, que atualiza isso a cada 16,67 milissegundos, não está acompanhando o ritmo dele, é possível notar alguns travamentos nas imagens. 

O mesmo vale para o contrário, que é o tearing (quando mostram artefatos na imagem). Quando seu FPS é maior do que a capacidade da taxa de atualização do seu monitor, com a GPU enviando imagens de uma forma mais veloz do que o display consegue apresentar ao usuário. 

Apesar do tearing aparentemente ter uma fácil resolução (basta “travar” o desempenho do jogo em 30 FPS, 60 FPS, 120 FPS ou o que for o mais adequado à sua tela), na verdade tanto ele quanto o stuttering exigem soluções mais sofisticadas para reduzir a incompatibilidade.

Uma delas é acionar o V-Sync, uma tecnologia que faz uma sincronização vertical entre a taxa de atualização do seu monitor com os FPS gerados pela GPU e CPU. Desta forma, é estabilizada a experiência e evita que maiores problemas visuais ocorram dentro do seu jogo.

A tecnologia Adaptive Sync, presente em grande parte dos displays modernos, também é uma boa solução. Ela permite que a tela se comunique diretamente com a GPU, sincronizando o que é gerado no monitor com cada quadro que é produzido pelo seu componente – mesmo que isso ocorra de forma inconsistente.

A NVIDIA traz o G-Sync e a AMD tem o FreeSync para o mesmo fim: estabilizar a taxa de atualização e a quantidade de quadros usados por segundo pela sua GPU. Ou seja, se seu monitor ou TV possuem esta tecnologia, pode acionar que trará ainda mais benefícios para você.

Qual é a taxa de atualização ideal para você?

Ainda que seja discutido que, quanto mais Hz, melhor será seu monitor, nem todos precisam comprar um modelo com 240 Hz ou mais para ter uma experiência boa com seus jogos. Afinal de contas, o próprio olho humano consegue acompanhar a ação em até 60 Hz. 

Levando em consideração os jogos e experiências modernas, é recomendável buscar modelos com uma taxa de atualização de 144 Hz para os games comuns: RPG, ação, aventura, estratégia em tempo real, roguelites e outros que não são tão beneficiados assim pela quantidade maior. 

Porém, se você quer buscar seu lugar em esports e jogos competitivos, terá de elevar um pouco mais o nível. Atualmente, monitores e TVs com 240 Hz é o “mínimo” para que consiga disputar de forma similar aos melhores jogadores – atingindo um desempenho que pode ser o diferencial dentro das partidas. 

Confira abaixo uma tabela comparativa, para saber os benefícios das principais taxas de atualização vistas no mercado e uma média de preço para se basear. Afinal de contas, o bolso é tão impactado quanto os games. 

Comparativo entre taxas de atualização
	60 Hz	120 Hz	144 Hz	240 Hz
Custo	Até R$ 500	A partir de R$ 500	A partir de R$ 600	A partir de R$ 800
Desempenho	Roda até 60 FPS	Roda até 120 FPS	Roda até 144 FPS	Roda até 240 FPS

É válido refletir os tipos de jogos que você costuma consumir e os componentes que estão no seu PC ou console de mesa. Reforçamos que nem todos se favorecem tanto assim de uma maior taxa de atualização, assim como ela precisa acompanhar o potencial da sua máquina.

Não adianta querer comprar um display de 240 Hz, por exemplo, se os componentes do seu computador conseguem rodar apenas 30 FPS. Mesmo com Adaptive Sync, G-Sync, FreeSync e as demais ferramentas, seria gasto desnecessário com base no seu hardware. 

Assim como não vale a pena investir em modelos de 240 Hz, 520 Hz, 750 Hz e outros para jogar títulos como Final Fantasy, Resident Evil e The Last of Us, por exemplo. É necessário que compreenda as suas necessidades e como preencher isso sem custos adicionais.

Porém, também é injusto “economizar demais”. Se você quer se tornar melhor em jogos competitivos como Fortnite, PUBG Battlegrounds, Call of Duty, Rainbow Six Siege, Valorant, Street Fighter, F1 ou qualquer outro onde cada quadro conta e uma taxa de atualização maior pode te beneficiar, busque opções a partir de 240 Hz. Menos do que isso pode frustrar suas expectativas e causar mais derrotas do que gostaria. 

Como configurar a taxa de atualização no PC?

Na própria configuração do Windows e nos painéis da NVIDIA e AMD os usuários podem ajustar a taxa de atualização – reduzindo-a ou usando seu máximo potencial para se adequar aos jogos e os componentes utilizados no seu PC. 

3. Como configurar no Windows?

Para alterar a taxa de atualização em seu monitor ou notebook dentro do Windows, você precisa seguir os seguintes passos:

• Vá para “Configurações”
• Clique em “Sistema”
• Clique em “Tela”
• Clique em “Exibição Avançada”
• Você pode alterar, caso exista suporte a outras taxas de atualização, em “Escolha uma taxa de atualização”

2. Como configurar no Painel de Controle NVIDIA?

Você também pode alterar a taxa de atualização de seu monitor ou notebook através do Painel de Controle NVIDIA – que gerencia todas as funções de sua GPU. Para mudar, siga as instruções:

• Vá à opção “Monitor”
• Clique em “Mudar Resolução”
• Em “Taxa de atualização”, poderá selecionar as que seu display tem suporte

1. Como configurar no aplicativo da AMD?

Assim como no Painel de Controle NVIDIA, a AMD usa o Software: Adrenalin Edition para permitir que os usuários façam a alteração da taxa de atualização de seu monitor ou notebook. Veja como configurar:

• Vá para “Configurações”
• Clique em “Tela”
• Vá até “Resoluções Personalizadas” e clique em “Criar Novo”

Importância da taxa de atualização

Para ter uma experiência aprimorada de gameplay, priorizando uma maior qualidade de imagem e aproveitando o potencial do seu display, é notável que a taxa de atualização exerce um papel fundamental na forma como jogamos e assistimos ou produzimos conteúdo.

Porém, não adianta apenas comprar o monitor ou TV com a maior: é sempre recomendável que pondere sobre as configurações de seu computador e console de mesa, assim como para qual propósito você a utilizará. É ótimo ter tudo do bom e do melhor, mas também vale a consciência de que você deve aproveitar o potencial de seu setup.

Nós do Canaltech recomendamos que experimente diferentes configurações e encontrem a que mais se adequa para as suas necessidades, com um bom custo-benefício. Sua prioridade deve ser um gameplay de qualidade com seu monitor ou TV, da forma como puder aproveitar e gastar.

Vídeo: No YouTube, nós do Canaltech discutimos se os monitores smart realmente valem a pena dentro do mercado de displays

 

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