Ainda Estou Aqui vence Emilia Pérez e alcança feito inédito no Oscar

O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, alcançou um feito inédito ao vencer o Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional na noite deste domingo (2/3), em Los Angeles (EUA). O longa brasileiro superou Emilia Pérez, um dos favoritos à estatueta, e conquistou o primeiro Oscar para o Brasil na história.

Além de Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard, concorriam na mesma categoria os filmes A Menina com a Agulha (Dinamarca), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e a animação Flow (Letônia).

Ainda Estou Aqui, que narra a história de Eunice Paiva após o assassinato de Rubens Paiva pela ditadura militar, começou sua trajetória de sucesso no Festival de Veneza 2024, onde conquistou o prêmio de Melhor Roteiro. Também venceu o prêmio do público no Festival Internacional de Cinema de Vancouver e o Goya de Melhor Filme Ibero-Americano.

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João Vitor Andrade e Walter Salles

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Polêmicas com Emilia Pérez

Emilia Pérez venceu diversas premiações ao redor do mundo, como Cannes, o Globo de Ouro e o Bafta de Melhor Filme Estrangeiro, mas perdeu fôlego na reta final das votações para o Oscar por conta das polêmicas envolvendo a protagonista do filme, a atriz Karla Sofia Gascon, o que favoreceu Ainda Estou Aqui.

No começo do mês, postagens comprometedoras, polêmicas e até racistas da atriz vieram à tona no X, antigo Twitter, e viralizaram nas redes. Nas mensagens, a atriz criticava a própria Academia, responsável pelo Oscar, fez comentários preconceituosos vinculando o vírus da Covid-19 ao povo chinês e até postagens racistas contra George Floyd, morto em 2021 nos Estados Unidos.

Fernanda Torres venceu Globo de Ouro

Em janeiro, a atriz brasileira Fernanda Torres entrou para a história do cinema nacional ao vencer o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama por seu trabalho em Ainda Estou Aqui. Ela venceu atrizes consagradas como Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet. O prêmio foi inédito para o Brasil.

No seu discurso no Globo de Ouro, ela dedicou a conquista à mãe. “Quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter! Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia, ela estava aqui há 25 anos, e isso é uma prova que a arte dura na vida, até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou e com tanto problema hoje em dia no mundo, tanto medo”, disse.

“Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para o Andrucha, para o Selton, meus filhos. E para todos, muito obrigada ao Globo de Ouro, Michael Parker, Mara, tantas pessoas. Muito obrigada!”, encerrou Fernanda Torres.