Europa articula estratégia sobre paz na Ucrânia e contra Trump e Putin

Após a cúpula sobre a Ucrânia realizada neste domingo (2/3) em Londres, os líderes europeus se dividem entre uma “reviravolta histórica” da Europa em prol de sua defesa e o temor diante da aproximação entre os Estados Unidos e a Rússia.

Para o jornal Libération, a reunião foi uma “prova de solidariedade” a Kiev, após “a humilhação pública” imposta pelo presidente americano, Donald Trump, e seu vice, JD Vance. Em seu editorial publicado nesta segunda-feira (3/3), o diário considera que a cúpula em Londres também é uma demonstração de força da Europa.

Os líderes europeus agora analisam a questão colocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, durante o encontro. “Queremos escolher ou sofrer?”, indagou o presidente francês.

O jornal considera que os últimos acontecimentos definiram outras prioridades diplomáticas em nível europeu e aceleraram o ritmo de reuniões decisivas para a resolução do conflito na Ucrânia, na ausência de garantias dos Estados Unidos.

Para o jornal Le Figaro, após um fase “feliz e confortável” na relação com os Estados Unidos”, a Europa está diante de um “abismo”, que trazem previsões sombrias ao Velho Continente. A perspectiva de um divórcio gera temores, embora alguns líderes acreditem que ainda seja possível convencer Trump a não dividir o Ocidente.

Show de Truman

O jornal La Croix adota um tom mais pessimista diante do que descreve como “uma onda de choque” com a “constrangedora” reunião entre Zelensky, Trump e Vance, transmitida ao vivo, “mais perto do Truman Show do que uma conversa bilateral de chefes de Estado”, diz.

Para o diário, a situação é “vertiginosa” e “os Estados Unidos deixam claro que agem apenas conforme seus interesses”. Por isso, para La Croix, é necessário que a Europa supere a surpresa gerada por Trump, reúna suas forças e acelere a tomada de decisões.

Já o jornal Le Parisien escreve que a reunião em Londres é uma “mensagem de advertência ao mundo”. A matéria traz declarações de líderes europeus vistas como “pistas” dos próximos passos que devem ser tomados pelos países europeus.

Entre eles, a “necessidade de rearmamento” citada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o aumento nos gastos de defesa, recomendado pelo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, após a cúpula na capital britânica.

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