Neguinho sobre último desfile na Beija-Flor: “Homem divorciado”

O sambista Neguinho da Beija-Flor, de 75 anos, faz na noite desta segunda-feira (3/3) seu último desfile como intérprete da Beija-Flor no Carnaval do Rio de Janeiro. Antes da agremiação tomar a Marquês de Sapucaí, o músico conversou com os jornalistas e falou sobre sua saída da folia na capital carioca. Em meio a um verdadeiro alvoroço, ele comentou que se sente como um “homem divorciado”.

Além da Beija-Flor de Nilópolis, a segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro conta também com a apresentação da Unidos da Tijuca, Salgueiro e Unidos de Vila Isabel. “É o divórcio de um casamento de 50 anos. Tô me sentindo um homem divorciado”, riu Neguinho.

“É triste, mas essa decisão precisava ser tomada. Oportunidade a gente tem que dar pra quem quer chegar”. Antes de partir para seu último desfile como intérprete da escola de samba, Neguinho da Beija-Flor se emocionou e chorou ao conversar com os jornalistas. Ele também cumprimentou e deu um longo abraço em Gabriel David, presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro).

Motivo da aposentadoria

A decisão de Neguinho da Beija-Flor de se aposentar da Marquês de Sapucaí pegou muita gente de surpresa. Em janeiro, o intérprete publicou um áudio onde expôs o verdadeiro motivo da sua decisão após rumores de não se sentir valorizado pela agremiação.

Na gravação, Neguinho desabafou: “Já não sou mais menino. 75 anos, já não tenho mais o vigor, já não tenho mais a força de vocês. Agora é com vocês. O que me resta de força agora é fazer meu mediano, gravar meus disquinhos, ganhar meu dinheiro… porque o Carnaval nunca me deu, os desfiles da escola de samba nunca me deu. O dinheiro o que me dá é meu outro lado. Vou ficar com um lado só. Já tô velho”, disse.

Ele continuou: “Tô com uma filha de 16 aninhos, uma neta de 11 aninhos, e pretendo daqui uns 10 anos, nessa minha outra carreira aí, juntar um dinheirinho pra ter uma aposentadoria”. Neguinho disse reconhecer que, hoje com 75 anos, não tem mais o vigor de antigamente. “Não dá mais. A gente tem que reconhecer. Não tem como mais eu fazer o que eu fazia há 10, 15 anos atrás”, disse

Adicionar aos favoritos o Link permanente.