“Sem anistia”: Pacotão arrasta foliões no último dia de Carnaval no DF

O Bloco Pacotão, o mais antigo e tradicional de Brasília, arrastou foliões da capital no último dia de Carnaval. Fundado em 1978 por um grupo de jornalistas em plena ditadura militar, o bloco surgiu como uma resposta à censura da época, utilizando sátiras e marchinhas para abordar questões políticas e sociais. Neste ano, o tema foi “Sem Anistia” para os presos do 8 de janeiro.

Para a aposentada Graça Oliveira, 73 anos, o bloco manteve a essência marcada pela irreverência e pela crítica política. “Eu saí no Pacotão no primeiro ano. Então, para mim, é o bloco de Brasília, o que mais representa os moradores. O bloco ganhou muito gente. Antes a coisa era menor, mas continua sendo irreverente”, afirmou.

Os mais jovens também estavam presentes. A estudante Luisa Brasil, 16, estudou a história do bloco antes de vir conhecê-lo presencialmente. Para ela, o grupo carnavalesco conquista gerações pela sua história.  “Eu comecei a frequentar o Carnaval agora, a gente viu o Pacotão, eu vi o desfile e está sendo maravilhoso”, disse.

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Pacotão animou a tarde desta terça-feira (4/3)

Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui
Pacotão é um tradicional bloco de rua de Brasília
Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui
Élio Montezzo Júnior e Benice Aguiar
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Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Pacotão animou a tarde desta terça-feira (4/3)

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Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui

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Pacotão é um tradicional bloco de rua de Brasília

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Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui

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Élio Montezzo Júnior e Benice Aguiar

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Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui

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Bloco foi marcado por comemorações pelo Oscar de Ainda Estou Aqui

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Manifestações políticas também estavam presentes

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Neste ano, o Pacotão concentrou-se na CLN 302/303, avançando pela contramão da W3 Norte e seguindo até o Eixo Monumental. O percurso, como de costume, foi acompanhado de fantasias criativas e carregadas de mensagens políticas.

Houve homenagens ao Oscar conquistado pelo filme Ainda Estou Aqui, mas era comum ver fantasias que retratavam o ex-presidente Jair Bolsonaro atrás das grades. Vestido de presidiário, o psicólogo Túlio Mauro, 45, era um dos críticos.  “É um momento de celebração da cultura brasileira e também um momento da gente expressar as nossas críticas. É um ambiente criativo”, destacou ao Metrópoles.

Pacotão reúne críticos do ex-presidente Jair Bolsonaro

A animação dos foliões ficou por conta de atrações como DJ Jean Carlos, Banda Trem das Cores, Batukenjé, Samba da Baratona e a Banda Podre do Pacotão, que trouxe marchinhas com letras afiadas e repletas de críticas sociais.

 

Durante o desfile do Pacotão, as tradicionais marchinhas de Carnaval foram entoadas pelos foliões. Clássicos como “Ó Abre Alas”, “Cabeleira do Zezé”, “Mamãe Eu Quero”, “Me Dá um Dinheiro Aí”  e “Cachaça Não é Água” animaram a multidão.

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