Cientistas encontram antigo objeto que revela pistas da infância do universo

Cientistas descobriram aquele que parece ser o blazar mais distante e, consequentemente, mais antigo já visto. O objeto foi chamado de J0410–0139 e fica no centro de uma galáxia a 12,9 bilhões de anos-luz de nós, mostrando como o universo era quando tinha menos de 800 milhões de anos. 

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Blazares são tipos de núcleos galácticos ativos (ou “AGN”, na sigla em inglês). Tais núcleos são formados por buracos negros supermassivos, que podem disparar jatos colossais quase à velocidade da luz quando se alimentam de matéria. Se um jato deste estiver apontado praticamente na direção do observador, o buraco negro passa a ser chamado de blazar.

Blazares são tipos de núcleos galácticos ativos (Reprodução/NASA’s Goddard Space Flight Center)

No caso, o blazar em questão foi encontrado por pesquisadores liderados por Eduardo Bañados, do Instituto Max Planck de Astronomia. Eles estavam trabalhando em uma busca sistemática por núcleos galácticos ativos no universo primordial com foco em objetos que sofreram grande desvio para o vermelho (fenômeno causado pela expansão do universo, que faz com que a luz dos objetos seja distorcida para comprimentos de onda mais longos). 


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Os dados mostraram que a luz do AGN em questão levou 12,9 bilhões de anos para nos alcançar, ou seja, mostra como o universo era naquele período. “O fato de que J0410–0139 é um blazar, um jato que por acaso está apontado diretamente para a Terra, tem implicações estatísticas imediatas”, comentou. 

Segundo ele, é como você ler sobre alguém que ganhou na loteria; muitos fizeram suas apostas, mas somente um levou o prêmio. “Da mesma forma, encontrar um AGN com um jato apontado diretamente para nós implica que, naquela época, devem ter existido vários AGN com jatos que não estavam apontados”, explicou. 

Em outras palavras, a descoberta do blazar indica que podem muito bem ter existido centenas ou até milhares deles naquele período, os quais não são visíveis ou simplesmente não foram encontrados ainda. Assim, talvez buracos negros supermassivos antigos sejam mais comuns do que os cientistas pensavam. 

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