Casal é indiciado pela morte de 8 pessoas por envenenamento no Piauí

O casal Maria dos Aflitos e Francisco de Assis, suspeito de envenenar e matar sete pessoas da família e uma vizinha, foi indiciado pela Polícia Civil do Piauí por 23 crimes. O delegado Abimael Silva, que investigou o caso, confirmou ao Metrópoles o indiciamento.


O que aconteceu

  • Em 1º de janeiro de 2025, nove pessoas da mesma família foram hospitalizadas com sintomas de envenenamento após comerem arroz contaminado com uma substância tóxica semelhante ao chumbinho.
  • Seis das vítimas morreram. A vizinha da família e ex-nora de Maria dos Aflitos, Maria Jocilene da Silva, de 32 anos, teria sido envenenada dias depois. Ela chegou a ter alta e voltou a ser internada em 22 de janeiro.
  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi também preso sob suspeita de envenenar a própria família em Parnaíba, no litoral do Piauí.

Maria dos Aflitos

Ela foi indiciado pela Polícia Civil pelos seguintes crimes:

Quatro feminicídios com aumento de pena de 1/3 a metade;
Quatro homicídios triplamente qualificados e com aumento de pena 1/3 a metade;
Duas tentativas de feminicídios com aumento de pena de 1/3 a metade;
Uma tentativa de Homicídio triplamente qualificado com aumento de pena de 1/3 a metade;
Denunciação caluniosa.

Francisco de Assis

O marido de Maria dos Aflitos foi indiciado pela Polícia Civil pelos seguintes crimes:

  • Quatro homicídios triplamente qualificados e com aumento de pena 1/3 a metade;
  • Três feminicídios com aumento de pena de 1/3 a metade;
  • Duas tentativas de feminicídios com aumento de pena de 1/3 a metade;
  • Uma tentativa de Homicídio triplamente qualificado com aumento de pena de 1/3 a metade;
  • Fraude processual.

Vítimas

No dia 1º de janeiro, nove pessoas da mesma família ingeriram baião de dois na cidade de Parnaíba (PI). A comida teria sido envenenada com terbufós, um inseticida tóxico similar ao chumbinho.

Das nove pessoas que comeram o prato, seis morreram. São elas: Manoel Leandro da Silva, de 18 anos; Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses; Lauane da Silva, de 3 anos; Francisca Maria da Silva, de 32; Maria Gabriela Silva, de 4; e Maria Jocilene, de 32.

O tradicional prato nordestino de arroz com feijão teria sido preparado na véspera, 31 de dezembro.

Caju envenenado

O caso de envenenamento da família trouxe à tona um inquérito referente ao falecimento de duas crianças da mesma família, Ulisses Gabriel e João Miguel Silva, de 7 e 8 anos. Filhos de Francisca Maria da Silva, uma das vítimas do arroz contaminado, os meninos morreram após comeram cajus envenenados, em agosto de 2024.

Por causa desse episódio, Lucélia Maria Gonçalves, uma vizinha da família que deu os cajus aos dois meninos, chegou a ser presa por cinco meses acusada de matar as crianças. Após a constatação do segundo crime, a vizinha foi solta.

A relação entre os casos foi estabelecida pela Polícia Civil depois da informação de que o bebê de 1 ano e 8 meses que faleceu neste ano era irmão dos meninos mortos meses antes.

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